
Marília - A reação de estudantes de Medicina sobre desafios e incertezas na criação de um novo curso resgatou um debate que a cidade perdeu: cadê o Projeto Famema?
Falta de estrutura, de professores, de garantias de qualidade são preocupações dos alunos, muito válidas pela realidade que a Famema mostra.
Valeram tanto que provocaram importante manifestações e, uma delas, com lamentos pelo abandono do que um dia foi o Projeto Famema.
Pior que o abandono, transformaram em uma eterna fervura de jogo político, que passou do ponto e não alimenta o projeto nem a Famema, só quem cozinha.
Assim, o Projeto Famema é cada vez menos da Famema e cada vez mais do jogo político.
Na década de 90, era a encampação por uma universidade. Virou uma estadualização Frankenstein.
Era a projeção de um grande centro estadual de pesquisa, ensino, saúde e atendimento. Virou uma colcha de belos retalhos com vários remendos ruins.
Assim, desde 1994 o Estado arrasta a definição da formação do corpo de servidores. Da mesma forma, arrasta a organização do curso na relação com o hospital.
E, além disso, desde 1994 o Estado tem uma faculdade sem sede, sem grandes investimentos e que sonha ser um centro universitário.
Cada mínimo avanço, como abertura de concurso, é uma festa. Até perceber faltam candidatos porque o salário é baixo.
Por que falar tanto a respeito¿ Porque o projeto Famema nasceu com uma Fundação Municipal, virou duas autarquias estaduais e todos os anos movimenta milhões.
Assim, é com dinheiro público que arriscamos transformar um sonho em pesadelo.