Já reparou como o pothos-dourado, também conhecido como jiboia, aparece em escritórios, lojas e até consultórios médicos? Essa planta de folhas verdes com manchas douradas conquistou os espaços urbanos pela sua beleza e pela promessa de deixar o ar mais limpo e leve. Mas será que essa fama tem base científica ou o pothos-dourado é apenas uma planta ornamental charmosa? Vamos mergulhar em estudos e experiências práticas para entender até onde vai o poder dessa espécie tão popular.
Pothos-dourado: charme e resistência em qualquer ambiente
O pothos-dourado é uma das plantas mais fáceis de cuidar. Originária das ilhas Salomão, no Pacífico, adaptou-se muito bem a diferentes ambientes e ganhou status de “planta coringa”. Ele se desenvolve tanto em vasos suspensos quanto no solo, pode ser cultivado em água e não exige grandes cuidados além de luz indireta e regas moderadas.
Por essas qualidades, tornou-se a escolha ideal para quem quer decorar ambientes internos com verde sem grandes preocupações. Mas a pergunta persiste: sua fama de purificador de ar é mito ou realidade?
O que diz a ciência sobre o pothos-dourado
O estudo mais citado quando o assunto é “plantas que purificam o ar” foi conduzido pela NASA em 1989. A pesquisa analisou várias espécies, incluindo o pothos-dourado, em câmaras fechadas e controladas, observando sua capacidade de reduzir substâncias tóxicas como formaldeído, benzeno e xileno. Os resultados mostraram que a planta realmente absorveu pequenas quantidades dessas toxinas.
No entanto, a própria NASA e outros cientistas destacaram que as condições do estudo eram artificiais, com espaços reduzidos e sem a troca natural de ar que ocorre em casas ou escritórios. Isso significa que, na prática, a eficiência é muito menor. Para o efeito de purificação ser realmente relevante em um cômodo, seriam necessárias dezenas ou até centenas de vasos de pothos-dourado no mesmo espaço.
A função decorativa e psicológica
Mesmo que a capacidade de limpar o ar em escala real seja limitada, o pothos-dourado exerce um impacto importante na qualidade de vida. Estudos em psicologia ambiental mostram que o contato visual com plantas melhora a concentração, reduz a sensação de estresse e aumenta a produtividade.
Ou seja, mesmo que ele não “salve” o ar, o pothos-dourado pode salvar seu humor. Sua presença verde e brilhante transforma ambientes frios e artificiais em espaços mais acolhedores. É por isso que a planta aparece em ambientes corporativos e até em hospitais, onde a sensação de bem-estar tem efeito direto na recuperação e no desempenho.
Comparação com outras plantas
Em termos de purificação, o pothos-dourado aparece ao lado de espécies como a espada-de-são-jorge, o lírio-da-paz e a dracena. Todas tiveram resultados positivos em estudos de laboratório, mas a aplicação prática esbarra na necessidade de muitas unidades para gerar efeito mensurável.
Por outro lado, cada uma delas tem particularidades que favorecem o cultivo em ambientes internos. O pothos-dourado, por exemplo, cresce de forma pendente e pode ser conduzido como trepadeira, o que otimiza espaço e cria composições visuais únicas.
Risco de toxicidade em pets
É importante lembrar que, apesar dos benefícios estéticos, o pothos-dourado não é indicado para lares com gatos e cães que gostam de mastigar folhas. A planta contém oxalato de cálcio, que pode causar irritação na boca e no estômago dos animais. Por isso, se você tem pets curiosos, a melhor opção é colocá-la em locais suspensos ou optar por espécies seguras.
Vale a pena investir no pothos-dourado?
A resposta é sim, mas com expectativas ajustadas. Ele não substitui um sistema de ventilação ou um purificador de ar, mas contribui para criar ambientes mais agradáveis e vivos. Além disso, seu cultivo é tão simples que até iniciantes conseguem manter a planta bonita por muito tempo.
Outro detalhe interessante é que o pothos-dourado é uma das plantas mais fáceis de multiplicar. Basta cortar um galho saudável, colocar em um copo de água até criar raízes e depois transferir para a terra. Esse processo garante novas mudas para espalhar pelo quintal ou presentear amigos.
Como aproveitar melhor o pothos-dourado em casa
Se a ideia é explorar o máximo potencial dessa planta, algumas dicas podem ajudar:
- Espaços internos: coloque o pothos em prateleiras, vasos suspensos ou suportes altos, deixando os ramos caírem de forma natural.
- Decoração de escritórios: por exigir pouca luz direta, adapta-se muito bem a locais fechados e dá vida a ambientes carregados de equipamentos eletrônicos.
- Cuidado básico: regue apenas quando o solo estiver seco ao toque. O excesso de água pode apodrecer as raízes.
- Podas regulares: estimule o crescimento lateral e evite que os ramos fiquem compridos e sem folhas.
- Combinação com outras plantas: use-o junto de espécies eretas, como zamioculca ou espada-de-são-jorge, criando contraste visual.
O impacto no bem-estar humano
Mesmo sem ser um “aspirador de toxinas”, o pothos-dourado colabora para melhorar a sensação de ar limpo, principalmente quando usado em locais abafados. Seu verde vibrante traz frescor visual, e a presença de plantas é constantemente associada a menor ansiedade e maior sensação de conforto.
Afinal, viver rodeado por plantas é uma forma de aproximar-se da natureza em meio à correria das cidades. Esse vínculo simbólico talvez seja mais poderoso do que a purificação física que se costuma atribuir à planta.
Reflexão final
O pothos-dourado pode não ser o herói absoluto da qualidade do ar, mas cumpre um papel fundamental no dia a dia: embelezar ambientes, estimular o bem-estar e mostrar como a simplicidade do verde transforma qualquer espaço. Entre mito e realidade, o que fica é a certeza de que essa planta merece um lugar de destaque, seja pela estética, pela facilidade de cultivo ou pelo conforto emocional que proporciona.