Soneto da angústia própria Soneto da angústia própria Soneto da angústia própria Soneto da angústia própria

Oh Alma que sofreis assim calada
atroz desilusão do amor desfeito.
Oh! Alma que viveis tão sufocada
na caixa sepulcral deste meu peito:

Libertai-vos da angústia recalada
que já vos vai matando deste jeito
talvez entrareis noutra morada
a fórmula ideal do amor perfeito.

E tendo-a por receita em vosso fado
não ha melhor remédio que o encontrado
para vos dar alivio a tanta dor

Que, se é mister sofrer, seja provado
ao mundo que me fez um condenado
que tendes vós as asas de um condor

1965