
Uma ação especial de abordagem social na praça Maria Izabel, ao lado da praça da Catedral Basílica de São Bento no centro de Marília, identificou 30 moradores em situação de rua, encaminhou pelo menos dez deles e mostrou dilemas no atendimento.
A operação envolveu equipes da Assistência Social – Centro Pop, Equipe de Abordagem e Casa Cidadã -, Polícia Militar e Secretaria Municipal do Meio Ambiente e de Limpeza Pública, que realizou uma limpeza no local.
A secretária municipal de Assistência Social, Wania Lombardi, disse que as abordagens sociais são ações de rotina e vêm acontecendo com maior intensidade em função da epidemia de coronavírus que acentuou desemprego, atração de migrantes e outros casos.
“É muito complexo. Encontramos situações de refugiados, venezuelanos, usuários, ex-presidiários, idosos. A secretaria manda equipe e faz a triagem”, afirmou.
Segundo Wania Lombardi, das 30 abordagens seis resultaram em encaminhamento para clínicas ou abrigos e quatro conseguiram apoio para seguir viagem a seus estados de origem. Os outros se dispersaram.
“Eles argumentam que tem direito a permanecer na rua. Também temos alguns nós no atendimento porque recebem muita esmola, dinheiro. Muitas pessoas levam alimentos, cobertores, roupas. Encontramos muita roupa jogada, comida jogada na praça”, diz a secretária.
Ela explica que além do trabalho na rua, o setor atua com organização de entidades e doadores para evitar estas situações. “Morador em situação de rua tem todo serviço disponível. Tem três refeições de graça no bom prato, Fumares, Centro Pop, Casa Cidadã”, afirmou.
A secretaria indica ainda situação em que as pessoas vendem marmitas recebidas, abandonam doações de roupas ou cobertores.
“A praça é um ponto crítico, então fizemos uma ação mais efetiva ali. Havia 30 pessoas, a maioria migrantes, muitos vindos do Paraná, alguns até com dinheiro, carteira de trabalho, são de estados do Nordeste e não têm ônibus para fazer o trajeto direto.”
Wania Lombardi disse ainda que um trabalho regional combate o envio sistemático de moradores em situação de rua para a cidade, outro problema surgido durante a epidemia. A secretaria prepara ainda outras estruturas, como ponto de apoio para higienização com chuveiros e torneiras próximo ao Terminal Urbano. E descarta criar novos centros de abrigo provisório em escolas ou ginásios, como já foi sugerido.
“É temerário colocar dentro de um ginásio ou escola com aglomeração. Temos orientação técnica da saúde, a equipe não tem nenhum caso de paciente sintomático, todos os testados deram negativo para Covid”, afirmou.