Marília

Agrotóxico de vizinhos prejudica produtores de seda na região; assista depoimento

Agrotóxico de vizinhos prejudica produtores de seda na região; assista depoimento

A deriva de agrotóxicos – nome pelo qual é conhecida porção do pesticidas que não atinge o alvo desejado – já provocou pelo menos 150 casos de danos a produtores de bicho-da-seda em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, com casos na região de Marília.

Os dados são da Abraseda (Associação Brasileira da Seda) que aponta aumento significativo e prejuízos para produtores. São 26 casos de contaminação por aplicação irregular de agrotóxicos no Oeste Paulista em 2022.

A produção de casulos do bicho da seda sustenta os agricultores familiares na região desde 1940. A perda da produção dos criadores do bicho da seda ultrapassa R$200 mil nos dois primeiros meses do ano.

Em vídeo divuçlgado pela entidade, o produtor Ciro do Santos diz que há três meses começaram as dificuldades. nas imagens ele mostra a podução ao lado de um canavial onde oo agrotóxico seria usado. “A gente tá esperando o que? O que nós vamos fazer de nossa vida?” Veja a íntegra do vídeo no final do texto.

Segundo a entidade, toda a cadeia produtiva da seda irá sofrer as consequências com a falta de matéria prima e terá que enfrentar a redução de postos de trabalho nas indústrias caso a situação não seja corrigida.

“A Sericicultura é apenas mais uma cultura agropecuária sensível que sofre com a intoxicação decorrente do uso indiscriminado de agrotóxicos”, afirma Renata Amano, presidente da Abraseda.

A Sericicultura multiplica práticas orgânicas e agroecológicas de produção. Segundo a entidade, é a atividade que melhor remunera o pequeno produtor rural por hectare de área plantada no Brasil, e tem alto valor bruto de produção.

A política da boa vizinhança é o caminho para diferentes culturas agrícolas coexistirem. “O uso de produtos aprovados e formas de aplicação adequadas evitam a deriva de agrotóxicos. Se a substância química atingisse apenas o alvo desejado da monocultura no latifúndio, já seria um grande passo”, detalha Amano.

Veja abaixo o depoimento do produtor