
A rejeição da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ao pedido de registro emergencial da vacina Sputnik 5, produzida pela Rússia, frustrou projeto de prefeitos de todo o país para compra de doses e pode adiar o calendário de vacinação projetado por um consórcio de cidades que inclui Marília.
Um comunicado oficial do Consórcio Conectar, que reúne perto de 2.000 cidades, diz que o grupo “se prepara para reavaliar os termos da negociação contratual à luz dos pontos indicados pela agência reguladora, em busca de uma solução que acelere o calendário de imunização das cidades brasileiras”.
O prefeito de Marília, Daniel Alonso, criticou a decisão da Anvisa em manifestação nesta quarta. Disse que em diversos país a vacina Russa já é reconhecida e autorizada, com imunização de moradores.
“Fico triste, porque diante de toda essa luta iniciamos a negociação com o Fundo Russo. Infelizmente a Anvisa negou. Fico indignado, porque se o mundo já deu à Sputnik 98% de eficiência, por que o Brasil não aprova? Era uma expectativa ter essas vacinas já em maio.”
A cidade havia manifestado interesse em 400 mil das 30 milhões de dose que o consórcio de prefeitos negociava com o laboratório russo responsável pela vacina.
O Conectar informou ainda que já busca contato com outros laboratórios, mas não divulgou nomes. O grupo já havia iniciado avaliação de uma vacina chinesa do laboratório Sinopharm.
Segundo a Anvisa, a decisão foi unânime em votação da Diretoria Colegiada e veta a importação em caráter excepcional da vacina russa Sputnik V.
A Anvisa informou que “foram identificadas falhas no desenvolvimento do produto, em todas as etapas dos estudos clínicos (fases 1, 2 e 3). Também há ausência ou insuficiência de dados de controle de qualidade, segurança e eficácia.”