Marília - Produtores rurais bolivianos esperam receber em até 45 dias resposta sobre pedido oficial de extradição do empresário João Henrique Pinheiro, de Marília, preso na Espanha desde maio.
São em torno de 400 canavieiros que acusam Pinheiro de fraude na venda de equipamentos para um complexo industrial. Apontam perda direta de US$ 700 mil em remessas ao exterior , além disso, gastos internos ainda maiores e perdidos sem a entrega do material.
As informações estão em um depoimento de Rodolfo Garzón, dirigente sa federação de canavieros do sul da Bolívia ao jornalista Leonel Suárez, do jornal El País.
Garzón aponta gastos como US$ 300 mil em perfuração de poços profundos, além de terreno, projetos técnicos e habilitação jurídica do complexo.
Um projeto ousado de investimento na região de Bermejo, cidade próxima à fronteira com a Argentina. Imagens na página Fides Bermejo, de uma rádio boliviana, mostram, inclusive, o encontro para a assinatura do contrato em 2019.
Eles representam pouco mais de 80 famílias que previam implantar um Complexo Industrial da Cana de Açúcar, o Cicasa, na sigla em espanhol.
Compraram equipamentos para usina de cana em oferta da empresa Sugar Brazil, que João Pinheiro mantém em Marília e alvo de mais denúncias de fraudes. Porém, ainda sem notícia de ordem de prisão contra ele no Brasil.
A empresa, que aponta capital social de R$ 8,6 bilhões, tem status de inapta junto á Receita Federal, ou seja, pendência de dados ou valores.
Extradição
A entrevista de Garzón mostra não só esperança de recuperar os US$ 700 mil que o grupo enviou ao exterior, mas também a extradição de João Pinheiro.
O empresário está preso na Espanha desde maio deste ano em atendimento a um alerta internacional da Bolívia. Garzón diz que, inclusive, o país já encaminhou todos os documentos para a extradição.
Aguarda, contudo, decisão do governo espanhol. Porém, além da extradição, a Espanha tem opção de repatriar João Pinheiro.
Caso isso aconteça, ele não seria preso até uma ordem local de detenção e nem poderia sofrer a extradição à Bolívia,