O designer de costumes e maquiador Walmir Sparapane, de Marília, estreou neste ano como um dos artistas entre os 70 mil participantes do festival Burning Man, que durante dez dias monta um cidade sustentável no deserto de nevada nos Estados Unidos.
São dias de imersão em diferentes formas de expressão artística combinadas a técnicas de sobrevivência no deserto, sustentabilidade, solidariedade e vida comunitária, que envolvem longo planejamento.
Festival cria ocupação em forma de mandala no deserto de Nevada durante dez dias
Chegar ao evento depende de vencer a corrida por um dos tickets, conseguir acesso a um dos muitos campings onde os participantes se organizam, montar a estrutura de viagem, manutenção nos dez dias e participar nas atividades.
O resultado é a chance única de estar em um evento com as mais diferentes formas de expressão artística, modelo de convivência sem dinheiro – a moeda do local é a conversa a troca de serviços – e possibilidades que vão da meditação a enfrentar uma tempestade de areia em uma bicicleta.
A preparação começa em novembro, quando eles abrem informações para o ano seguinte. Geralmente os tickets acabam em minutos.
Sparapane ficou em um camping de culinária, que tinha produção de um chef por dia e chegou ao evento a convite de amigos que conheceu em uma versão itinerante do projeto, o Tropical Burning.
“Alguns campings oferecem dão exercícios, meditação, aulas de yoga, programação infantil. Alguns dão festas, que sempre começam ou terminam com o nascer do sol ou o pôr do sol”, explica o artista mariliense.
Durante o dia os participantes escolhem atividades como massagem, banho de lama, máscaras faciais ou se aventurar em uma tempestade de areia.
Sparapane com a DJ Angelica Moller durante um dos passeios de bicicleta no deserto: máscaras, água e bússola
“É sair de bike sem enxergar nada, se guiar só por uma bússola. Uma experiência única, tanto de confraternização, união, desafio, sobrevivência. Durante dia usar máscara e óculos de proteção, estar sempre preparado com água, bússola, óculos e máscara com filtro. Tudo isso é muito falado meses antes.”
Estrutura para dormir depende do camping e de nível do participante. Pode ser dentro de um veículo, em barracas comuns e até algumas com banheiro privativo e ar condicionado. Mas em todos é preciso participar na vida comum.
“É para todas as classes sociais, todos os tipos de artistas, prega sustentabilidade, desmonetização e solidariedade. Dos dez dias três eu trabalhei na cozinha. Toda vez que você usa banheiro tem que deixar limpo”, explica.
O festival acabou mas Walmir segue nos Estados Unidos para o 14º ano em que produz roupas e fantasias para festas de Halloween. Deve retornar ao Brasil só em novembro, mas essa produção e as novas aventuras são temas para a próxima história.
Veja na galeria mais imagens da participação no Bruning Man