Os cirurgiões Eduardo Bastos e Samuel Gregorio, de Marília, participaram do maior estudo multicêntrico sobre cirurgia bariátrica durante a pandemia de Covid-19. Os dois integram o corpo clínico da Santa Casa de Marília.
Os profissionais estão entre os autores do Geneva Study sobre análise da segurança e da morbimortalidade de pacientes obesos mórbidos submetidos à cirurgia bariátrica durante a pandemia da Covid19.
O artigo intitulado “30-Day Morbidity and Mortality of Bariatric Surgery During the COVID-19 Pandemic: a Multinational Cohort Study of 7704 Patients from 42 Countries” foi publicado neste mês no mais importante periódico científico da área da cirurgia bariátrica, a Obesity Surgery.
A publicação é o órgão oficial da Associação Mundial de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, a IFSO (International Federation for the Surgery of Obesity).
“Esta foi a publicação final do estudo coordenado por dois cirurgiões da Universidade de Birmingham (Reino Unido) que utilizou uma moderna plataforma eletrônica de inserção de dados, a Research Electronic Data Capture (REDCap)”, disse Eduardo Bastos.
A equipe pode contribuir com 25 pacientes operados, um número superior ao da média mundial, que foi de 15 pacientes. “Até o momento, este é o maior estudo publicado sobre cirurgia da obesidade em tempos de pandemia de Covid-19”, afirmou o profissional.
A primeira fase do estudo incluiu os dados de 2001 de pacientes operados por 218 cirurgiões em 35 países e foi publicada em novembro de 2020 no “The Lancet Diabetes and Endocrinology”.
Naquela oportunidade, a equipe do médico cirurgião Eduardo Bastos contribuiu com 9 pacientes operados.
Na segunda fase os números aumentaram muito. Ao todo, 499 cirurgiões espalhados em 185 hospitais de 42 países diferentes inseriram dados de 7.704 pacientes operados durante a pandemia de Covid-19.
“Pudemos concluir que a cirurgia bariátrica pode ser realizada de maneira muito segura até mesmo durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19, com taxa de morbimortalidade semelhante àquela já conhecida fora do período pandêmico”,explica.
Além disso, o estudo mostrou que o risco de desenvolvimento de Covid-19 no pós-operatório de cirurgia bariátrica foi muito baixo, pois a maioria dos serviços hospitalares envolvidos seguiam protocolos de segurança.
“Aqui na Santa Casa, nós cumprimos rigorosamente todos os protocolos de segurança estabelecidos pela Instituição e não tivemos nenhum caso sintomático de Covid-19 no pós-operatório imediato. Todos os pacientes foram submetidos à triagem de sintomas, realização de teste diagnóstico laboratorial antes da cirurgia e orientados a permanecerem em isolamento pré- e pós-operatório”, destacou Eduardo Bastos.
Muitos centros hospitalares de referência mundial foram envolvidos neste estudo. Em alguns deles, a crítica situação de contágio da Covid-19 impediu a realização do volume habitual de cirurgias bariátricas.