Marília

Conselho condena ação de vereador no PA de Marília; secretário vê 'showzinho'

Conselho condena ação de vereador no PA de Marília; secretário vê 'showzinho'

O Coren (Conselho Regional de Enfermagem) divulgou manifesto em que condena a atuação do vereador Oswaldo Féfin Júnior (PSL) em Marília, acusado de abuso de poder e ofensas durante uma visita à unidade de Pronto Atendimento da Zona sul.

Um comunicado do órgão diz que “é inadmissível, em qualquer circunstância, que uma autoridade adentre uma instituição de saúde para ofender e ameaçar equipes” e que a situação é ainda “mais intolerável em um momento de pandemia”.

O Conselho diz ainda que mesmo que haja suspeitas sobre medicamentos vencidos e falta de insumos a cobrança junto aos servidores não seria o caminho legal para a cobrança.

“O Coren-SP não admite que a categoria seja penalizada por problemas de gestão da saúde municipal ou de falta de investimentos e ressalta que violência é crime. Não se pode admitir que a enfermagem ou qualquer outra categoria da saúde sejam agredidas em seu ambiente profissional, em um momento em que deveriam ser amparados pelas autoridades.”

O conselho diz ainda que “o papel do vereador é fiscalizar a atuação do Executivo e isso não se faz agredindo quem está na linha de frente da assistência”. Veja a publicação na ímtegra.

Féfin divulgou em redes sociais um vídeo em que nega agressões e mostra trechos de gravações produzida por um assessor que o acompanhou na visita.

O vereador defende o uso do chamado kit Covid ou tratamento precoce contra a doença, um tema controverso. Foi à unidade pedir informações sobre a oferta dos remédios quando houve o confronto com servidores. Reclamou por encontrar portas fechadas.

O secretário municipal de Saúde, Cássio Luiz Pinto Júnior, também se manifestou sobre o caso e disse que orientou a denúncia do caso à polícia.

“A porta fechada foi do setor de emergência, onde existem pacientes intubados e é ala Covid, que segue protocolos rígidos. Se permitíssemos entrada estaríamos sendo negligentes com a saúde do próprio vereador que poderia se contaminar naquele espaço. Sem contar que é proibido filmar pacientes que estão sob nossa responsabilidade, ainda mais fazendo o banzé midiático todo em que nada ajuda nosso trabalho, só nos atrapalha. O vereador poderia sim fiscalizar, porém poderia manter seu showzinho para ambiente mais apropriado”, disse o secretário.