
O Conselho Municipal de Habitação e Políticas urbanas apresentou nesta segunda-feira a proposta de revisão do Plano Diretor de Marília em conjunto de ideias que criam modelos para ocupação sustentável, inclusiva e com propostas de participação popular na regulamentação do desenvolvimento da cidade.
A análise do Conselho, feita em participação com o Codem (Conselho de Desenvolvimento Estratégico), apresenta em 132 páginas uma iniciativa para substituir a minuta oficial da prefeitura, considerada inadequada pelo grupo.
A arquiteta Mariana Valera, que coordenou o projeto, destacou que foram feitas 50 reuniões técnicas, audiências públicas, lives para explicar conceitos e todo o material está disponível para consultas.
“O que a gente quer basicamente trazer novo? Que as nossas leis mostrem que a nossa cidade precisa de um novo olhar. Quer que a cidade tenha desenvolvimento sustentável”, disse Mariana na apresentação.
O estudo enfrentou desafios que vão desde a falta de mapas claros sobre o perímetro ubano O trabalho envolveu pelo menos 25 pessoas, análise de propostas desenvolvidas em outras cidades, além das orientações de legislação geral sobre organização urbana.
O projeto lita duas bases para todo o planejamento – acompanhamento dos vales em torno da cidade, também chamados de itambés e a linha da ferrovia – e a partir deles cria programas de zoneamento, modelo de ocupação e desenvolvimento.
– Itambés
O plano identifica os vales como potencial, não só econômico, mas de qualidade de vida. “Empreendimentos colocam vista do vale, proximidade de área verde. O que queremos é garantir que isso vai ser preservado e democraticamente, não só para quem esteja em condomínios. Elemento potencial para todos.
A proposta amplia a faixa de área de preservação permanente, ir além dos limites definidos pela legislação federal. “A gente sabe que já há algumas áreas que foram ocupadas e a gente não quer perder esse espaço.”
– Linha férrea
Eixo central da cidade. A gente quer ver como potencial, que traga investimentos, qualidade de vida, que seja orgulho.
“A pergunta que a gente tem que fazer é: que tipo de cidade a gente quer? A gente não pode se acomodar nas situações atuais. Temos que nos dar ao direito de projetar a cidade que nós queremos para o futuro, é o que outras cidades fizeram”, disse o arquiteto Luis Eduardo Diaz, integrante do Conselho de Habitação e do Codem. Ele considera que a proposta oferece regras mais integrativas, verdes e de inclusão social.
A proposta desenvolvida pelo conselho, além de uma material de apoio com esclarecimentos, mapas e ilustrrações, estão disponíveis para acesso e leitora na internet.