Marília - O número de denúncias formais sobre casos de trabalho infantil mostra queda em Marília na contramão da tendência de alta no Estado.
A informação está em balanço de registros do MPT (Ministério Público do Trabalho), que mostra alta de 30% em 2025. Em Marília a queda foi acentuada, 80%.
A cidade teve cinco denúncias formais entre janeiro e maio de 2024. Apenas uma neste ano. No Estado, foram 220 neste ano contra 169 do mesmo período de 2024.
Os dados contemplam casos que chegam como ‘notificação de fato ao MPT da 15ª Região, que abrange 599 cidades do Estado.
A quinta-feira, 12 de junho, terá o Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e a data provocou o balanço do MPT.
Durante todo o ano passado, Marília teve dez denúncias. Foi o mesmo número que o MPT registrou em 2023.
O órgão não tem sede na cidade, que recebe apoio a partir da regional de Bauru, responsável por 109 municípios.
No Estado todo, em 2024 foram 445 notícias de fato, número 29,3% maior do que em 2023, que registrou 344 denúncias.
“O dia 12 de junho não é apenas uma data simbólica, mas também um grito de alerta. A sociedade deve lembrar que o trabalho infantil ainda é uma chaga aberta em nosso país“, diz o vice-procurador-chefe do MPT em Campinas, Ronaldo Lira.
Para Lira, o aumento dos números também decorre de uma cultura nacional que é permissiva ao trabalho infantil.
“O trabalho infantil não é formação de caráter, não é escola de vida, e muito menos solução para a pobreza. Ele é, na verdade, uma violação de direitos, que rouba da criança o tempo de estudar, de brincar, bem como se desenvolver plenamente.”