
O Giro Marília inicia neste domingo uma série de publicações com entrevistas a pré-candidatos já identificados e potenciais candidatos a prefeito em Marília. A primeira série envolveu convite para os pré-candidatos Daniel Alonso (PSDB), Abelardo Camarinha (Podemos), Marcos Juliano (PRTB) e Nayara Mazini (PSOL). Daniel e Camarinha não responderam aos questinários enviados pelo Giro.
O empresário Marcos Juliano, 40 anos, mais conhecido como Juliano da Campestre, é dirigente da Campreste FM na cidade, caso e pai de dois filhos com terceiro a nascer. Já foi candidato a prefeito em 2016. Ele fala sobre eleições, temas municipais e sua vida pessoal. Saiba mais sobre Juliano.
1 – O senhor já teve a indicação de pelo menos dois potenciais candidatos a vice e também já aparece apontado como virtual candidato a vice em outras chapas. É pré-candidato definido a prefeito?
Juliano da Campestre – Sim, sou pré candidato a prefeito de Marília pelo PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), mesmo partido do Vice Presidente General Mourão e liderado por Levy Fidelyx no estado de São Paulo. Ambos estão se esforçado para fortalecer a ideologia do partido em todo o Brasil, dando grande importância as principais cidades do interior paulista. Marília é uma dessas cidades, onde o PRTB buscará crescer e estabelecer um modelo de fazer política que deixe no passado o estilo das velhas rapousas .
Por exemplo, o PRTB não usará fundo partidário e apoio o fim dele nas eleições. Acreditamos que dinheiro público é para ser investido no bem estar do país e da população. Por isto nosso lema é Pátria e Família, dois alicerces para uma sociedade justa, saudável e próspera.
2- A epidemia e a retomada da economia se tornaram os temas centrais do ano. Acredita que serão temas centrais da campanha? Na sua opinião qual seria o tema central para Marília?
J.C. – A epidemia do Covid-19 será tema central na eleição deste ano. Inclusive porque a rede de saúde pública é gerenciada pela Prefeitura.
Os recursos vem da União e dos Estados e também da cidade, mas é o prefeito que estabelece as diretrizes e estratégias de enfrentamento à doença, que escolhe onde fazer os gastos essenciais para o combate à doença, é o prefeito que escolhe o número de testes a ser realizado, entre outras atividades. Além disso, o próprio impacto da doença na vida das pessoas fará a epidemia assunto incontornável nas eleições.
A retomada do crescimento econômico e a geração de empregos também serão centrais na discussão da campanha eleitoral deste ano. Apesar de que o Prefeito não possui tantos instrumentos e mecanismos para ajudar nesta questão.
Mesmo assim, todo prefeito deve contribuir para criar alternativas possíveis e viáveis para empregar o mariliense que foi afetado com os efeitos da pandemia, principalmente buscando junto ao governo estadual e federal um rápido e emergencial auxílio para os comerciantes retomarem suas atividades e fortalecer o mercado local.
Como os instrumentos são estaduais e federais, o prefeito precisará colocar a Prefeitura à serviço da comunidade para auxiliá-la a buscar todas as possibilidades existentes para a proteção do trabalho e da renda dos marilienses e, conseqüentemente, acelerar a retomada da economia local e regional.
3- Como o senhor avalia a administração e situação da cidade?
J.C. – A administração da cidade é mediana. Não está maravilhosa, mas também não é tão péssima assim. Os itens básicos de uma administração razoável vem acontecendo: temos coleta de lixo regular; melhorou o abastecimento de água, mas há muito o que fazer; a obra do esgoto parece que será finalizada; houve avanços importantes no Esporte, na Cultura. De zero a 10, a nota é 6. Aprovado, sem grandes méritos.
A cidade pode e deve melhorar e muito. Até porque Marília merece mais. A primeira coisa é fazer uma Reforma Administrativa verdadeira, diminuir custos, readequadar a máquina da Prefeitura.
Não faz sentido pagar tanto aluguel, gastar tanto com cargos comissionados. É preciso acabar com o jeito tão arrogante de administrar a cidade de costas para a população e seus representantes.
Temos ainda que melhorar a Educação das nossas crianças; o abastecimento de água; o recapeamento asfáltico, tem muitos buracos nas ruas; a rede de assistência social deve ser aperfeiçoada; temos avanços a serem feitos na área de segurança pública; temos que ter políticas para idosos; enfim, temos um longo caminho a percorrer para melhorar a situação da nossa cidade. E vamos fazer juntos.
4- O senhor não tem experiência em cargo público. Considera isso uma desvantagem para uma desafio como a prefeitura de Marília?
J.C. – Ter experiência em cargo público não deve ser medida para administrar uma cidade. Até porque, nos últimos 20 anos (2000-2020), praticamente todos os prefeitos tinham experiência em cargo público e as coisas não andaram tão bem na prefeitura de Marília. Inclusive, a experiência deles no cargo público acabou levando a maioria a ter sérios problemas na justiça pela má conduta com dinheiro público.
Prefiro não ter experiência nisso. E sim, como prefeito, saber eleger prioridades. Aliás, governar é eleger prioridades, ou seja, definir junto com a sociedade o que nós queremos que seja feito com nosso dinheiro. Depois que definirmos aquilo que precisa ser feito, o papel do prefeito é montar um bom time para administrar a cidade. Não é o prefeito que faz tudo, são os secretários, são os bons servidores, são as empresas contratadas para a prestação de serviço. Se o time for bom, a equipe for bem orientada, a administração vai bem. E, felizmente, em todos os lugares que passei eu soube montar minha equipe e ter sucesso.
Dessa maneira, espero que nas próximas eleições a população garanta-me uma oportunidade de colocar na Prefeitura lideranças de qualidade, um time novo, sem vícios ou passado político-administrativo sujo. Um grupo de gente comprometida com a cidade, sem experiência em falcatruas. Esta eleição dará a oportundiade a cada um de nós marilienses colocar para fora da Prefeitura aquilo que já não deu certo. Qual a vantagem de manter no poder ou trazer de volta prefeitos experientes em práticas ruins para a Prefeitura?
Agora é a hora de colocar na Prefeitura gente comprometida com a cidade. Isto foi feito lá em Brasília, agora é a hora de fazermos também em Marília.
5- O senhor já esteve alinhado ao deputado Paulinho da Força e com ele ao movimento sindical. Hoje se identifica com o governo Bolsonaro, muito criticado pelos sindicatos. Como avalia o governo federal e como vê a influência dele na campanha em Marília?
J.C. – Primeiro, é importante ressaltar que trabalhei no movimento sindical por vários anos. Minha empresa de comunicação prestou serviços com mão de obra qualificada para dezenas de sindicatos, Federações, confederações e a Força Sindical.
Aliás, tenho muita gratidão pelo conhecimento e crescimento que adquiri nesses anos de prestação de serviço. Isto não significa alinhamento automático a tais tendências políticas.
Estive sim na fundação do partido Solidariedade e fui candidato pelo partido pela proximidade profissional. Entretanto, fui “traído” pelo partido e por seu líder maior, o Paulinho da Força, pessoa a qual não tenho mais contato e nem amizade.
Ele foi reeleito com ajuda dos 16 mil votos que tive em Marília e região e, em momento algum, pensou em retribuir nossa cidade. Amadureci com a experiência negativa e decidi tomar outros rumos políticos, filiando-me ao PRTB, partido de extrema direita, o mais alinhado e apoiador de primeira hora do presidente Bolsonaro.
Nessa condição, para eu, eleitor do Bolsonaro, vejo seu governo com admiração, principalmente a maneira que enfrenta aqueles políticos experientes que vem prejudicando nosso Brasil há diversos anos. Pela primeira vez no governo brasileiro os escândalos com dinheiro público deixaram de ser manchete nacional. Eu quero que o mesmo aconteça na nossa cidade.
Além disso, o governo federal fez avanços importantes para o país como a reforma da previdência, limitando altos salários no governo; a diminuição de cargos comissionados; baixou juros para os empréstimos ficarem mais baratos; retomou obras no país inteiro; a inflação está controlada, abaixo do teto; enfim, vinha caminhando bem. Agora apareceu o desafia da pandemia, mas juntos vamos vencer.
6- Como vê a relação com o governo do Estado e como avalia a relação do governo com Marília?
J.C. – Infelizmente, o governador Dória é uma vergonha e não merece ter mais nenhum voto do mariliense. No episódio da abertura do comércio ele não teve o mínimo de respeito por nossa cidade e por nossa região e não merece estar como líder maior desse estado, pelo fato de não reconhecer e não dar a importância merecida para nossa Marília.
Temos uma relação abalada e enfraquecida por disputas políticas que impedem aos marilienses ter maiores benefícios do governo do estado. Passou da hora de acabar com isto. Caso eu seja eleito, vou até o governador e propor uma agenda positiva de parceria entre governo e prefeitura de Marília.
7- A cidade tem demandas de servidores e aposentados por melhoria em salários, pagamentos, plano de carreira ao mesmo tempo que enfrenta peso da folha na arrecadação geral, desafio da reforma do Ipremm. O senhor pretende fazer o plano de carreira? E a reforma do Ipremm?
J.C. – Eu pretendo fazer o plano de carreira. Entretanto, é importante ficar claro que não se trata apenas de aumento de salário. Plano de carreira é, principalmente, ajustar a vida útil funcional do servidor às suas capacidades e qualidades individuais com a possibilidade dele bem servir o povo de Marília.
É apresentar para cada categoria onde cada um está e onde pode chegar e com quais ganhos reais ao longo do tempo. Não é garantir promoção por promoção. A contrapartida do servidor é se especializar para melhor servir a população e o papel da Prefeitura é garantir a ele esta possibilidade e depois remunerá-lo adequadamente.
Eu não vou ficar fazendo puxadinhos para beneficiar carreiras que já tem bons salários e deixar para trás as outras categorias. Nem vou fazer promessas mirabolantes apenas para ter voto e ganhar a eleição.
Vamos fazer juntos tudo aquilo que for possível para termos servidores públicos melhores capacitados para bem servir a sociedade e, por mérito, receber salários melhores.
A reforma do Ipremm já começou. E ela é inevitável. Até porque já tem lei que obrigou o atual prefeito a desencadear a reforma da previdência local. Nós vamos assumir a Prefeitura, se eleito, com a escolha já realizada e já protocolada pelo atual governo com apoio da Câmara de Vereadores.
Além disso, tem o problema da sustentação financeira do Ipremm no longo prazo. O próximo prefeito tem que cumprir com os repasses patronais ao instituto. Tem que pagar as parcelas de financiamentos do passado em dia. Tem que se esforçar para fazer um caixa importante para o Ipremm honrar seus compromissos à longo prazo vendendo, por exemplo, ativos da Prefeitura por meio de privatizações. O próximo prefeito tem que fazer escolhas corretas de investimentos para fazer o fundo previdenciário render. O esforço será de toda a sociedade.
8- Quem é Marcos Juliano hoje: família, rotina, trabalho?
J.C. – Sou abençoado por ter uma família linda. Sou casado com a Camila, pai do Giovanny, da Maria e do Théo que está a caminho, vai nascer durante o processo eleitoral. Eu vivo por eles, meus esforços e lutas diárias são motivados pelo bem da minha família.
Sou uma pessoa de rotina simples: casa ao trabalho e do trabalho para casa. Aos finais de semana algo mais reservado com a família e com amigos, porém não dispenso as passadas no mercado e empurrar o carrinho, encontrar pessoas e trocar ideias. Óbvio que a pandemia alterou bastante a rotina, mas não abro mão do bom relacionamento com as pessoas e novas ideias para fazer nossa cidade melhor.
Eu sou apaixonado pelo meu trabalho. Como todos sabem, estou à frente da Campestre FM há bastante tempo. Graças à Deus, a minha família e a muito trabalho, em pouco tempo, a emissora se tornou líder regional na sua faixa de atuação. A audiência cresce todo dia e os resultados vem.
Estou muito satisfeito com todos aspectos da minha vida hoje. Estou maduro, em equilíbrio, pronto para os novos desafios. Hoje sou uma pessoa muito feliz à disposição do povo de Marília para fazer as coisas certas na Prefeitura de Marília.