Uma votação simbólica, em lita e sem qualquer discussão do caso, com dez segundos de duração, enterrou na noite desta terça-feira dois anos de investigação, duas decisões judiciais e livrou o deputado estadual Abelardo Camarinha (PSB) do pedido de cassação do mandato por abuso do poder econômico na campanha de 2014.
O plenário do TSE julgou dois agravos do processo, apresentados com pedidos do ex-vereador e atual secretário de Esportes,. Eduardo Nascimento, e do Ministério Público, para alterar decisão do ministro Napoleão Maia que havia absolvido Camarinha.
Os dois recursos entraram em uma lista de casos sob responsabilidade do ministro. O presidente do TSE, Gilmar Mendes, apenas indicou a votação da lista, com voto de Napoleão Maia pela rejeição dos recursos. Todos os ministros acompanharam o parecer e o caso foi enterrado.
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Camarinha era acusado de abuso do poder econômico com uso dos jornais Diário de Marília e Correio Mariliense, ambos já fechados, para promoção pessoal na campanha.
Os recursos incluíram no processo documentos da Operação Miragem, em que a empresária Sandra Norbiato faz delação premiada e acusa Camarinha de ser o dono oculto do Diário. Mas como o caso não foi discutido e nem Eduardo Nascimento e nem o MP Eleitoral fizeram sustentações orais sobre os pedidos, o plenário aparentemente nem ficou sabendo que a delação existe.
Camarinha não foi o único deputado que escapou de cassação na sessão desta teria. Barroz Munhoz, também acusado de abuso com uso da mídia na campanha, foi absolvido pelo TSE. A diferença entre os dois casos foi a discussão do processo em plenário, com manifestações de votos e análise do processo.
