Marília

Escutas judiciais indicam fraudes em cortes de água e outros serviços em Marília

Escutas judiciais indicam fraudes em cortes de água e outros serviços em Marília

Um processo que corre em segredo de Justiça na 3ª Vara Criminal de Marília investiga servidor do Daem acusado de montar um esquema de fraude e corrupção para evitar corte de água de usuários com grandes débitos na autarquia, além de revelar ilícitos de outros dois servidores em serviços públicos flagrados por escuta telefônica autorizada judicialmente.

A investigação acompanha a abertura de processos administrativos que podem levar à demissão dos servidores e ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira com a abertura de um processo administrativo contra um encarregado, responsável por impedir os cortes. É funcionário antigo do Daem.

PROPINA

As informações não indicam valores totais, mas a publicação da Corregedoria Geral do Município divulgada no Diário Oficial de Marília nesta sexta inclui detalhes de uma escuta telefônica autorizada pela Justiça e indicam uma cobrança de mil reais pelo adiamento.

Segundo os documentos, o servidor pede a um intermediário para que o devedor com risco de corte “empreste” o dinheiro.

“Denunciado “C” finaliza a ligação dizendo que iria naquela mesma data, junto com o denunciado “B”, passar no DAEM. No período da tarde do dia 25/10/2018, a pedido do denunciado “C”, o denunciado “B” liga e pede para que o corte do abastecimento de água não seja realizado, e que no dia seguinte passaria no DAEM para lhe levar uma “cervejinha”, aduzindo que iria passar um final de semana ‘gostoso’”, diz a publicação.

A Corregedoria informa que o corte de abastecimento de água não foi realizado, sendo que o denunciado “C” efetuou a quitação do débito, cerca de quinze dias após a referida conversa.

O caso registrado aconteceu em 2018. A corregedoria já havia aberto processo disciplinar contra dois envolvidos. No dia 30 de agosto deste ano recebeu as informações sobre o envolvimento do terceiro denunciado.

OUTROS SERVIÇOS

A investigação judicial e as escutas telefônicas revelaram também ilícitos cometidos por dois funcionários da Educação. Não forasm revelados detalhes dos ilícitos. Os dois respondem a processo administrativo e além da investigação judicial já estão e,m risco de perda dos empregos públicos.

Nenhum dos casosa aponta envolvimento ou fraudes de dirigentes.