Uma estudante de 13 anos acusa um educador da rede estadual de ensino em Marília de assédio sexual com situações que envolvem abraços contra vontade, elogios pessoais e abordagens indevidas e fora do contexto das atividades escolares.
A denúncia foi apresentada à escola e levada à Diretoria de Ensino e também à Delegacia de Defesa da Mulher, que segundo a mãe da menina já convocou as duas para novos esclarecimentos e avaliações.
Segundo a adolescente, o caso começou em abril deste ano. “Durante os intervalos de aula o autor costumava se aproximar e abraçá-la com força, contra a vontade dela”, diz o depoimento prestado à polícia.
A estudante conta ainda que o educador dizia frases como “sabia que você é uma gata”, “você é muito cheirosa” e “posso cheirar seu cabelo?”.
A mãe disse ao Giro Marília que procurou a direção de escola e o educador envolvido teria sido transferido para outro horário de atividade, mas mantido em trabalho presencial no local.
Disse também que segundo a direção não foi possível encontrar qualquer imagem com as situações relatadas.
A aluna diz que geralmente aconteciam em pontos “cegos”, fora do alcance de câmeras, como uma sala específica. E que outras meninas passariam por situações semelhantes.
Em nota encaminhada ao Giro Marília, a Secretaria Estadual da Educação disse que apura o caso e coloca à disposição da aluna atendimento de apoio psicológico.
Segundo a mãe da menina, nem a escola e nem a diretoria fizeram contato com a estudante ou família. “Foi relatado, tanto na escola quanto na delegacia, que ela estava abalada, eu disse que iria procurar atendimento porque ela só chora, ela está com medo de voltar à escola”, diz a mãe.
A Secretaria diz ainda que o educador foi afastado do contato com estudantes. “Ele está na escola, que providências tomaram? As aulas voltaram na terça, ninguém foi falar com minha filha, ninguém me ligou para me falar do andamento do caso”, conta.
Veja abaixo a íntegra da manifestação da secretaria Estadual de Educação.
“A Secretaria da Educação do Estado (Seduc-SP) repudia toda e qualquer forma de assédio dentro ou fora do ambiente escolar.
Assim que tomou conhecimento do fato, a Diretoria de Ensino de Marília, responsável pela unidade, adotou providências para afastar o docente do contato com os estudantes e abriu uma apuração do fato.
A escola coloca à disposição da aluna, se autorizado por seus responsáveis, o atendimento pelo Programa Psicólogos na Educação.
O caso será inserido na Plataforma Conviva SP – Placon, que acompanha o registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino.
A unidade escolar e a Diretoria de Ensino de Marília estão à disposição da comunidade escolar e autoridades para esclarecimento dos fatos.”