O número de crimes sexuais contra vulneráveis cresceu 71% em Marilia no trimestre de 2019 em comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado esta muito acima do índice geral do Estado, que teve alta de 14%.
O estupro de vulnerável é considerado qualquer ato libidinoso, desde apalpar órgãos genitais até consumar relação sexual com menores de 14 anos ou pessoas consideradas incapazes.
Os dados estão em estatísticas da Secretaria de Segurança Pública. O primeiro trimestres de 2018 registrou sete estupros de vulneráveis na cidade. Em 2019 já são 12 casos.
Nos dois anos foram registrados ainda quatro estupros de adultos ou mesmo relações sem violência contra pessoas sem condição de entendimento ou reação.
Crimes sexuais em Marília. Fonte: Secretaria de Segurança Pública
O tema será alvo de um ato público no dia 18 de maio, dia nacional de combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes.
Organizado a partir da 3ª Igreja Presbiteriana Independente de Marília, o ato deve reunir manifestantes de cidades vizinhas, inclusive com caravanas, e os organizadores buscam outros instituições, como o a Vara da Infância e Juventude e o Conselho Tutelar.
Notícias Relacionadas
O encontro vai promover uma passeata pelo centro da cidade com saída a partir de 9h30 em frente ao Espaço Cultural.
Haverá uma breve manifestação sobre a situação, que pode envolver manifestações de instituições e profissionais de atendimento na área. A ideia é criar corrente de conscientização sobre os crimes e seus impactos.
“A gente sabe e acompanha pelos números preocupantes que a violência sexual pode levar a outras situações, inclusive suicídio que é uma preocupação na cidade atualmente”, explicou o organizador da manifestação, Mario Marassi.
Ele coordena um ministério de acompanhamento de crianças e adolescentes que trata dos diferentes desafios para essa faixa etária. Organizações que desejem participar ou agregar ao evento informações podem entrar em contato pelos telefones 99707-5072 (Mário) ou 99750-7615 (Cris).
Em todo o estado, já foram registrados 1.776 crimes contra a dignidade sexual de vulneráveis, segundo um levantamento da GloboNews. Representa dizer que São Paulo teve um caso a cada período de 29 minutos.
O aumento dos registros pode estar influenciado por nova legislação, que entrou em vigor no final de 2018, e cria a figura da ‘importunação sexual’, que passou a tratar como crime condutas como atos libidinosos na presença de outras pessoas e toques inapropriados e sem consentimento.
