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Fábrica clandestina com trabalho escravo em Ourinhos previa mudança para Marília

Fábrica clandestina com trabalho escravo em Ourinhos previa mudança para Marília

Marília - Operação da Polícia Federal nesta terça-feira flagra em Ourinhos uma fábrica clandestina de cigarros, trabalho escravo de paraguaios e em fase de mudança para Marília.

A PF resgatou 30 trabalhadores já a caminho da Delegacia em Marília, fez pelo menos uma prisão, mas concentra as informações do caso no Paraná.

Mais que isso: descobriu equipamentos já em partes para uma mudança que deveria instalar a fábrica em Marília. Não há detalhes de local ou suspeitos na cidade.

Isso porque a descoberta é parte da Operação Chrysós, com base na cidade de Guaíra, no Paraná, que combate crimes de redução à condição análoga à escravos e descaminho.

Fábrica clandestina com  trabalho escravo em Ourinhos previa mudança para Marília
Operação apreendeu cigarros, equipamentos e sequestrou bens

Além disso, apura, crimes contra as relações de consumo e crimes contra registro de marca, fabricação de substância nociva à saúde.

Buscas em três estados

Segundo as investigações, a organização criminosa recrutava cidadãos paraguaios por contatos no país vizinho e atuação como mão de obra na fábrica clandestina em Ourinhos.

A atração do trabalho escravo paraguaio configura, inclusive, promoção de migração ilegal e tráfico de pessoas para fim de trabalho forçado e organização criminosa transnacional.

A ação mobilizou policiais federais, além de servidores do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho, no cumprimento de mandados da 1ª Vara Federal de Guaíra.

São sete mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Além disso, há ordem de sequestro de bens no valor de R$ 20 milhões 

Fábrica clandestina com  trabalho escravo em Ourinhos previa mudança para Marília
Fábrica clandestina com trabalho escravo em Ourinhos previa mudança para Marília

Trabalho escravo de paraguaios

As diligências apontaram que os cidadãos paraguaios adentravam em território nacional via terrestre, através da fronteira do Paraguai com o Paraná, principalmente a partir de Guaíra/PR, e eram conduzidos por integrantes da organização criminosa até o local onde funcionava a operação clandestina.

Durante todo o período, os trabalhadores permaneciam nas dependências da fábrica e sem comunicação com o exterior. Além disso, dormiam em alojamentos precários, em instalações insalubres, submetidos a exaustivas e ininterruptas jornadas de trabalho.

Estima-se que a capacidade de produção da planta industrial alcance, aproximadamente, 60.000 (sessenta mil) maços de cigarro por dia.