Refugiados com boa condição social, diplomas superiores, em busco de validação de registros como médicos ou engenheiros. Mulheres com véus e roupas fechadas no calor da pista de cooper. A presença de imigrantes árabes chama atenção em Marília e vira exemplo de inclusão, integração e projetos públicos de atendimento a estrangeiros na cidade.
Marília recebeu nos últimos meses em torno de famílias vindas da Síria, Líbia, Egito e Iraque. Em comum, todas têm a busca por uma vida longe de conflitos, guerras e situações de perseguição e violência.
A origem, condição social e formação cultural mostra perfil diferente de outros refugiados, como Venezuelanos e Colombianos. As famílias árabes têm mais dificuldade em inserção social e cultural. Mas apresentam qualificação profissional e de renda maior.
Muitos – inclusive as mulheres – falam inglês, o que contornar o choque cultural e de idiomas. Uma iraquiana com 20 anos de presença no Brasil também tem ajudado no contato.
Segundo a Secretaria Municipal de Direitos Humanos, já há procedimentos para revalidar diplomas. A secretaria atua especialmente na inclusão cultural. Turmas de aulas de português – inclusive com grupos fechados para as mulheres em função de hábitos culturais e religiosos – ajudam a reduzir barreiras.
As aulas são feitas com apoio da Faip, que oferece estrutura em diferentes horários. “Buscamos melhor para eles se sentirem a vontade conosco, como disponibilizando profissionais mulheres para o contato”, explica Luciana Santos, assessora na Secretaria.
A integração envolve muito respeito e compreensão das questões religiosas. Boa parte dos imigrantes é formada por muçulmanos, uma situação que gera muita dúvida e surpresas por falta de informações entre moradores da cidade.