Marília

Morte anunciada – Mulher assassinada procurou polícia dia 15: ‘teme pela sua vida’

Morte anunciada – Mulher assassinada procurou polícia dia 15: ‘teme pela sua vida’

Elisabete Aparecido Porta Raimundo, a industriária de 36 anos morta na manhã desta terça-feira em Marília, registrou no dia 15 de janeiro a denúncia de que o ex-companheiro, Cristiano Raimundo, não obedecia as ordens de restrição. O registro é uma premonição: “teme pela sua vida”.

O documento, que não resolveu em nada a situação da mulher, mostrou 12 dias antes do crime que Cristiano já era alvo de outros boletins de ocorrência, ameaçava e mandava a esposa cancelar as denúncias. Elisabete morreu na manhã desta terça vítima de tiros disparados pelo ex-companheiro, que cometeu suicídio pouco depois (veja mais aqui)

“Que se ele não for preso teme pela sua vida, já que ele a está obrigando a retirar os B.Os”. A solução oficial foi orientar a mulher a registrar a quebra das ordens de restrição, levar as mensagens ameaçadoras à polícia. Nada mais mudou.

O acusado era conhecido dos órgãos policiais. Respondeu por outras denúncias de violência e tinha condenação por homicídio. Nada disso mudou a relação dos serviços públicos com Elisabeth.

Nesta terça, veículos públicos e viaturas foram mobilizadas para a perícia, o registro da morte, o traslado do corpo até o hospital.

“O mesmo vem mandando mensagens para seus contatos no Whatsapp, inclusive familiares, ameaçando, injuriando”, diz a denúncia.

“Além disso, na data de hoje o autor foi até a frente do seu local de trabalho e a ameaçou, bom como aos seus familiares, inclusive seu filho de nove anos de idade.”