Marília

Morte no Motel – Quebra de sigilo avança demais e Justiça anula dados no caso

Morte no Motel – Quebra de sigilo avança demais e Justiça anula dados no caso

O juiz Paulo Gustavo Ferrari, da 2ª Vara Criminal de Marília, mandou excluir informações de 11 meses de dados obtidos com quebra de sigilo e anexados em laudo na apuração da morte de Daniel Ricardo Silva, morto a tiros no Motel Fênix de Marília em 31 de outubro do ano passado.

As informações estavam no celular da policial militar Adriana Luiza Silva, que mantinha um relacionamento com Daniel e vivia em união estável com o coronel da reserva da PM Dhaubian Braga Brauioto Barbosa, preso desde novembro acusado de homicídio no caso.

Todo o material excluído havia sido acesso durante uma perícia técnica no telefone de Adriana, autorizada pela Justiça com previsão de coletar informações entre maio de 2021 e o dia da morte de Daniel.

Mas o laudo final da perícia incluiu informações extraídas entre 1 de janeiro de 2021 e 11 de maio deste ano, quase sete meses após a morte de Daniel.

Além de extrapolar muito o período autorizado, a quebra do sigilo ainda foi inútil na obtenção de novas provas, segundo a decisão do juiz.

“O relatório de investigação referente à análise da mídia com os dados extraídos do aparelho celular da testemunha ADRIANA, inclusive do período excedido, informa não ter sido constatado nenhum conteúdo relacionado aos fatos apurados nestes autos”, diz o despacho.

O juiz determinou que as mídias com os dados sejam devolvidas ao Instituto de criminalística para exclusão do conteúdo e manutenção de dados limitados ao período entre 1 de maior e 31 de outubro de 2021.

O caso entrou na fase final de apuração e já recebeu inclusive as alegações finais do Ministério Público. Caminha agora para a manifestação da defesa e uma decisão sobre encaminhamento para o Tribunal do Júri Popular.