Não importa a faculdade Não importa a faculdade Não importa a faculdade Não importa a faculdade

Tenho orgulho de ter cursado duas licenciaturas na Unesp. Lembro quando ainda nos tempos de cursinho, lá em meados dos anos 90, dos meus professores sempre dizerem para toda sala: “ Estudem para entrarem em uma universidade pública, suas careiras serão melhor reconhecidas, o retorno financeiro será maior. As universidades particulares são mais fracas, todos entram e mais, pagou, passou. Não cursei uma pública pelas palavras deles, mas sim, por questão financeira mesmo. Na minha época não existia as tantas bolsas que hoje o governo concede para a universalização do ensino superior.

Nos dois cursos não faltou um ano que não tivesse greve dos professores e o calendário ia para o espaço. A grande diferença foi que na primeira, terminamos o curso no tempo certo e previsto. Já na segunda, um descontrole total. Além de não faltar um ano com as greves dos professores, tivemos também greves dos alunos. Terminamos depois do tempo previsto e muito.

As universidades estaduais de SP estão paradas novamente esse ano desde maio e pela perspectiva de um não aumento nem para cobrir a inflação. Essa greve ainda irá longe. Na USP, 106% do orçamento são para o pagamento dos professores e demais servidores. Ou seja, estão trabalhando no vermelho e um novo plano de demissão voluntária já está em andamento. Não culpo os professores das universidades, eles merecem ganharem o que pedem, porém, comparado com os professores da rede estadual é um absurdo.

Fiz alguns amigos, tive várias alegrias e desapontamentos enquanto cursava a Unesp e jamais repeti as falas dos meus professores de cursinho nesses quase 15 anos de trabalho como professor. Sempre falo que não importa qual faculdade eles irão cursar, o que importa é o comprometimento deles com os estudos e com a felicidade própria. Se eles forem felizes com a profissão escolhida, não importa a formação. Se foi realizada em uma universidade pública ou particular.