Marília

Omissão do Daem pode prorrogar concessão polêmica condenada por Beca

Omissão do Daem pode prorrogar concessão polêmica condenada por Beca Omissão do Daem pode prorrogar concessão polêmica condenada por Beca Omissão do Daem pode prorrogar concessão polêmica condenada por Beca Omissão do Daem pode prorrogar concessão polêmica condenada por Beca
Omissão do Daem pode prorrogar concessão polêmica condenada por Beca

O polêmico contrato do Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília) com a empresa Águas de Marília para concessão dos serviços de abastecimento de água na zona norte, condenado pelo ex-presidente do departamento, José Carlos de Souza, o Beca, pode ser prorrogado na marra por omissão do departamento.

A menos de 20 dias corridos para fim do contrato, que vence em 5 de novembro, a empresa entrou na Justiça com um pedido de produção antecipada de provas para que um perito judicial levante informações que o Daem não mostrou menor interesse em providenciar. E o juiz Walmir Idalêncio dos Santos Cruz já determinou a contratação do perito.

Com o pedido de provas, a empresa argumenta também que sem as informações o contrato não poderá ser rescindido. O juiz não se manifestou sobre a informação, mas isso não impede que surjam novas medidas neste sentido.

A concessão assinada em 1997 com prazo de 20 anos prevê que ao final do contrato a empresa transfira para o Daem toda a estrutura que montou: o poço profundo da zona norte, sistema de captação e distribuição da água captada. Segundo informações da própria empresa ao Giro é um patrimônio de R$ 15 milhões.

Mas o contrato prevê ainda que antes de encerrada a concessão o Daem promova um levantamento de informações sobre toda a estrutura. Além disso, o departamento deveria produzir um relatório sobre eventuais dívidas com a empresa.

Segundo a ação judicial, a Águas de Marília apresentou diversos requerimentos de forma administrativa para que o Daem fizesse todos os levantamentos. O Daem não tomou qualquer medida a respeito.

“Observo, ao que dos autos consta, que o Contrato de Concessão está em vias de ser extinto sem que o requerido, ao menos em tese, tenha tomado qualquer iniciativa de medidas preparatórias para o final do contrato”, diz o juiz na decisão que determinou a perícia e a produção antecipada das provas.

Na mesma decisão, o juiz nomeou o perito Adenauer Cesar Rockenmeyr e abriu prazo de 15 dias para que a empresa apresente os quesitos a serem respondidos pelo perito. Também mandou notificar o Daem para que se manifeste e apresente seus quesitos.

Caso o Daem e a empresa usem todo o prazo, apenas a formulação dos quesitos deve levar o caso até o vencimento do contrato, para então ser feita a perícia e eventual discussão posterior.

A falta de iniciativas do departamento contraria a postura que o departamento assumiu desde o começo do ano, quando a nova gestão assumiu a cidade. Apresentado como uma das principais nomeações do prefeito Daniel Alonso, Beca anunciou desde o início da gestão a disposição de não renovar a concessão.

Em diferentes manifestações, o ex-dirigente considerou a concessão prejudicial ao Daem e à cidade. Beca deixou o Daem no início de setembro para uma cirurgia, com previsão de retorno ao Departamento em até 120 dias – o que atingiria janeiro de 2018.

Saiu com a concessão em pleno funcionamento. Pode – se voltar – encontrar a mesma situação que deixou, a situação que prometeu mudar.