Em uma de suas primeiras postagens de 2022, o padre Júlio Lancelotti, referência no atendimento a moradores em situação de rua em São Paulo, voltou a atacar a campanha contra esmolas da prefeitura de Marília.
A postagem no primeiro dia do ano retomada a campanha do padre contra a aporofobia – aversão ou rejeição a pobres – um termo cunhado pela pesquisadora e professora espanhola Adele Cortina.
É a segunda vez que o padre divulga imagens da campanha em Marília com a acusação de que se trata de um projeto de aversão aos pobres. A primeira aconteceu em novembro de 2021.
Em seguida àquela manifestação a Secretaria de Assistência Social já havia apresentado ao padre uma resposta em que nega aversão e apresenta diversos serviços oferecidos para que os moradores tenham mais qualidade de vida e dignidade.
A mensagem envolve informações sobre a Casa Cidadã, Centro Pop, Bom Prato, Fumares, rondas de acolhimento e outros serviços. A cidade manteve a campanha e publicações contra esmolas nas páginas oficiais.
Em uma live ainda no dia primeiro, padre Júlio destacou que embora o termo seja cunhado há pouco tempo, a aversão aos pobres e em especial à população em rua é um comportamento antigo.
“Quem chamou muito atenção para isso foi Papa Francisco com a questão dos refugiados. O papa foi à Grécia encontrar com refugiados que ninguém quer. A aporofobia mostra isso, o horror ao refugiado, o horror ao empobrecido, o problema que causa a população em situação de rua que ninguém quer estar perto, ninguém quer ver.”
A nova postagem contra a campanha em Marília provocou 12,3 mil interações e mais de 300 comentários até a manhã deste domingo.