O número de trabalhadores que apresentaram perda auditiva induzida por ruídos ou perda de voz em Marília apresentou crescimento e provocou um alerta do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador – Regional Marília) e da rede básica de saúde em Marília.
Depois de registrar quatro casos entre 2014 e 2017, o atendimento registrou sete notificações em 2018 e já aqtingiu o mesmo número em sete meses de 2019, com previsão de alta.
Os dados foram divulgados durante o VIII Encontro Regional de Saúde do Trabalhador, realizado esta semana, com a presença da fonoaudióloga Márcia Tiveron, da DTVST/Cerest SP – Divisão Técnica de Vigilância Sanitária do Trabalho/Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado de São Paulo.
O objetivo do evento, que reuniu dezenas de profissionais de saúde, foi orientar as equipes para identificação e notificação, bem como oferecer subsídios às ações de vigilância dos casos de Distúrbios de Voz Relacionados ao Trabalho (DVRT) e à Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR).
SUBNOTIFICAÇÃO
Registros oficiais do Cerest Marília apontam que, entre os anos de 2014 e 2019 foram notificados apenas 18 casos suspeitos de PAIR no município. Sendo um registro por ano entre 2014 e 2017, com possibilidade de haver diversos casos em que o serviço de saúde não foi acionado.
No ano passado, o total subiu para sete casos. Já neste primeiro quadrimestre de 2019, também foram sete registros de perda auditiva, relacionado ao trabalho. O aumento é visto como fator positivo, com possível redução da subnotificação.
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SABER E AGIR
A enfermeira Luciana Caluz Carvalho Pereira, supervisora do Cerest Regional Marília, explica que o aumento significativo de notificações deve-se ao início do trabalho fortalecido no ano de 2017, a partir do matriciamento em algumas unidades básicas de saúde.
“Estas unidades passaram a oferecer um suporte dentro da própria rede básica, apoiando o Cerest para que estes casos sejam notificados. Também realizamos uma capacitação ampla sobre o protocolo de notificação, treinando profissionais do Sistema Único de Saúde de Marília e região”, explicou Luciana.
DOENÇA VOCAL
Em relação aos distúrbios de voz, também entre 2014 e 2018, o Cerest notificou dez casos relacionados ao trabalho, sendo três pacientes professoras da rede estadual e municipal, cinco operadoras de telemarketing e dois agentes comunitários de saúde.
“Nosso Encontro Regional teve grande êxito, no sentido de fortalecer esse trabalho de identificação da população exposta e possíveis diagnósticos de PAIR e distúrbios de voz”, disse Luciana.
Ela relata que a notificação é fundamental. “Apresentamos os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Precisamos saber quem são e onde estão estes trabalhadores, incluí-los no serviço de saúde e tratá-los. É importante que as pessoas se conscientizem da importância dos cuidados preventivos e procurem uma unidade de saúde, caso observe alteração na audição ou na voz”, destacou Luciana.
