
Um dia longo de muito debate, um conselho de sentença com cinco mulheres e uma sessão de júri com muitos momentos de emoção terminou com a condenação de Washington Luís Sá Freire Paulino, 57 anos, policial militar aposentado e morador em Marília, por duplo homicídio em Ourinhos.
O caso aconteceu em junho de 2020 em uma chácara em Ourinhos onde todos os envolvidos estavam para acompanhar reformas uma propriedade. As vítimas são Julio Barbosa, o Julinho, natural de Marília, servente, 40 anos, e sua companheira, Aline Aparecida Balbino, 31 anos, ambos mortos a tiros.
Paulino alegou legítima defesa desde o primeiro momento do caso mas a tese não convenceu os jurados. Os depoimentos de testemunhas e o interrogatório do acusado duraram todo o período da tarde. Os debates começaram no início da noite com as manifestações do Ministério Público e depois dos advogados de defesa.
A decisão dos jurados acompanhou a denúncia e Paulino, que já aguardava o julgamento detido no presídio Romão Gomes, destinado a policiais militares em São Paulo, foi condenado por homicídio qualificado por modo cruel e método que não permitiu reação das vítimas.
O CASO
O policial e as vítimas estavam em churrasco no dia 18 de julho de 2020 quando houve um desentendimento. Um sobrinho de Paulino, que estava no local, foi embora.
Pouco depois, o policial aposentado foi a uma base da PM anunciar que havia atirado em Julinho e Aline, alegou legítima defesa quando era ameaçado com facas durante uma briga e mostrou fotos dos dois baleados em um colchão no chão de um dos quartos na chácara.
Os policiais foram até o local mas encontraram divergências entre a cena e as fotos que Paulino havia feito – indicação de alteração da cena do crime – e ainda apontaram incoerências entre o depoimento do policial e a cena no local.
As facas que as vítimas supostamente teriam usado, eram novas, com modelos de peças de colecionador, muito diferentes de todos os talheres e material de uso da casa.
Além disso, peritos não indicaram sinais de briga no local e alguns dos ferimentos mostram que as vítimas teriam tentado se proteger dos ataques, ou seja, não estariam avançado sobre o acusado.
A defesa de Paulino tem prazo até a próxima semana para recorrer e tentar mudança e um novo julgamento.