
O policial militar aposentado Washington Luiz Sá Freire Paulino, 55, de Marília, foi preso acusado de duplo homicídio após descoberta de contradições em sua versão sobre a morte de um casal ocorrida em uma chácara de Ourinhos neste sábado.
Washington é acusado de matar o servente Júlio Barbosa, 40 anos, e a doméstica Aline Aparecida Balbino, 31, também de Marília.
Na primeira versão divulgada sobre o caso, o PM diz que o grupo fazia um churrasco quando houve uma discussão. Ele afirmou que atirou em legítima defesa depois de Júlio avançar com uma faca. Aline teria ameaçado também.
Mas a polícia encontrou informações diferentes. A primeira o próprio acusado registrou. Após o crime, Washington foi ao Batalhão da PM em Ourinhos, entregou sua arma e mostrou uma foto do local.
O corpo de Aline aparecida coberto, com a barriga para cima e a cabeça estava apoiada no travesseiro. A faca estava a se lado.
Um policial foi ao local e encontrou Aline descoberta, em posição “fetal” com as costas apoiadas na parede. A faca estava junto à parede, e não no local da foto feita pelo policial, indicando que o PM pode ter montado a cena para a foto.
A perícia da Polícia Civil apontou ainda que apesar da aglomeração de objetos no quarto, não havia sinais de luta.
Além disso, todos os utensílios encontrados na casa apresentaram mau estado de conservação e sujeira. Mas as duas facas próximas ao corpo das vítimas estavam novas, bem limpas e com modelos de decoração ou coleção, que não estariam em uso rotineiro.
“No quarto mais organizado da casa, que seria de Washington, foi localizada uma cápsula de calibre 38 no chão.”
Os corpos apresentavam perfurações nas regiões do tórax e das costas. Júlio tinha um ferimento no braço e Aline um na mão, que podem indicar que eles tenham se movido em proteção contra os disparos.