A Prefeitura de Marília desistiu nesta segunda-feira do projeto de lei que permitiria a contratação de um empréstimo de R$ 4,4 milhões para a compra de máquinas com a informação de que a linha de crédito foi fechada pelo Banco do Brasil. O anúncio oficial do caso envolveu ataques políticos e abriu nova crise com a Câmara.
O anúncio foi feito pessoalmente pelo secretário da Fazenda, Levi Gomes, em transmissão online no gabinete da presidência da Câmara. Levi disse que a cidade perdeu o prazo por não ter aprovado em tempo um projeto de lei para autorizar a operação. Culpou o vereador Luiz Eduardo Nardi pelo atraso na votação.
A prefeitura tentou votar o projeto em urgência com sessão extraordinária na semana passada. Nardi não assinou a convocação da sessão e disse que precisava de mais informações sobre legalidade da operação no meio do prazo eleitoral, entre outros detalhes técnicos.
“O projeto ficou parado por falta da assinatura e o banco suspendeu a linha de crédito…Lamentavelmente em razão de um capricho político a cidade perde a possibilidade de ter frota renovada.”
A sessão incluiu respostas do próprio Luiz Nardi e outros vereadores. “O vereador achincalhado, ofendido fui eu. Usado como bode expiatório por um secretário mau caráter, covarde, chamado Levi. Vou repetir. Covarde”, disse o vereador.
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Segundo Nardi, a perda do empréstimo é “uma história de incompetência do executivo, uma farsa”. O vereador disse que não haveria tempo para o tramite burocrático legal mesmo que o projeto fosse aprovado na semana anterior. “Com ele eu falo na Justiça.”
O vereador José Luiz Queiroz chamou o discurso de “falta absoluta de educação, de elegância, de cortesia”. Disse que a linha de crédito existia há mais de seis meses mas só foi apresentada nos últimos dias. “Veio em cima da hora, zero de garantia de que esse recurso sairia para Marília…É preciso ter um compromisso com a verdade, com a população.”
Vereador e ex-presidente da Casa, Wilson Damasceno, endossou os discursos dos outros parlamentares e criticou outros pronunciamentos do secretário. “Imagine eu vou visitar uma pessoa, destrato na casa dela?”
O vereador Marcos Custodio defendeu o direito de manifestação do secretário mas afirmou que o pronunciamento foi “deselegante” e declarou apoio ao vereador Luiz Nardi. Criticou o fato de o ataque ter sido feito em uma situação em que o vereador não pode fazer sua defesa.
O presidente da Câmara, Marcos Rezende, que promoveu a transmissão online da manifestação do secretário pelos canais oficiais da Câmara e estava ao lado de Levi no momento do pronunciamento, não reagiu no momento.
Na sessão, disse “como presidente do Legislativo não posso admitir com esse tipo de posição que não contribuiu em nada para que nós fortaleçamos a relação com o Executivo” e que a ofensa a vereadores diminui o Legislativo. “A ideia da reunião era trazer informações sobre a perda de um empréstimo importante para a cidade”, afirmou.
