Marília

Queimada destrói parte do Bosque da Vida na zona sul; arborização enfrenta desafios

Queimada destrói parte do Bosque da Vida na zona sul; arborização enfrenta desafios

Um ano de trabalho voluntário, dezenas de mudas plantadas e tratadas e o envolvimento de ambientalistas e moradores não foram suficientes. Uma queimada destruiu boa parte do Bosque da Vida, uma iniciativa do Coletivo de Mulheres de Marília e a Origem ONG Ambientalista lançada em março de 2021.

O bosque foi criado em homenagem às vítimas da Covid na cidade e embute ainda uma campanha de conscientização ambiental. Poucos meses após o início do plantio já havia sofrido ato de vandalismo.

“Nosso Bosque da Vida reflete a situação de nosso planeta, apesar das boas intenções e ações, o cenário ainda é trágico. Nós fizemos nossa parte, a prefeitura fez a parte dela, mas nossas outras prioridades e a falta de amor pelo coletivo na maioria das pessoas, acaba quase que anulando todo o trabalho realizado”, diz uma mensagem da ONG origem sobre o caso.

Não foi o primeiro e não será o último ataque ao espaço. Há um conjunto de fatores que complica a manutenção do bosque: uma região com animais soltos que pastam no local; péssimos hábitos como descarte de lixo e entulho no local e a dificuldade dos voluntários em manter programa permanente de cuidados, uma situação agravada pela mudança de alguns moradores que auxiliavam

O plantio ocupa uma área ociosa no bairro Monsenhor Toffoli, na zona sul da cidade. Parceiros ajudaram na produção de placas e sinalização. Quando o bosque foi criado, a cidade tinha aproximadamente 290 vítimas da Covid – hoje são 1.072 -.

O espaço recebeu aproximadamente 90 mudas, há indicação de que pelo menos 20 delas resistiram aos animais, fogos e danos. Uma notícia positiva é o apoio da prefeitura, que tem colaborado com serviço de roçada e limpeza do local.

Para a ONG Origem, a situação mostra que é preciso persistir. “Planejar melhor, buscar mais parcerias e principalmente trabalhar mais pelo bem comum do que apenas para nosso próprio sustento e satisfação de consumo. Não vamos desistir, vamos continuar plantando a vida em todos os bosques.”

Uma alternativa em discussão é a definição de uma pessoa, provavelmente um morador ou mais, a serem definidos como responsável por cuidados semanais com as mudas. Haveria ainda o suporte coletivo em ações de plantio e cuidados e em projetos de envolvimento da comunidade.

A formação de pista ou calçamento para caminhadas no entorno do bosque é uma das ideias para que os moradores possam usar melhor o espaço e ajudar na preservação.