Marília

Rádio 950 pede liberação de atividades; PF pode apreender transmissor

Rádio 950 pede liberação de atividades; PF pode apreender transmissor

A Rádio 950 AM, lacrada em julho deste ano por transmissões ilegais, entregou à Anatel um pedido de liberação das atividades, mas pode ver sua situação ficar mais complicada.

Um ofício da Polícia Federal pede à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a investigação de quebra do lacre e prevê a apreensão do transmissor da rádio.

O ofício da PF foi encaminhado à Anatel no dia 9 de setembro. A delegacia da PF em Marília solicita à Anatel a verificação da denúncia de que o lacre federal foi rompido sem autorização e que, caso a infração seja confirmada, “providencie a apresentação do transmissor nesta delegacia”.

Em tese, o transmissor poderia ter sido retirado em julho, quando a Anatel lacrou a emissora. Mas foi deixado por causa do tamanho e peso.

Após o fechamento, a Polícia recebeu informações de que a emissora retomou suas transmissões. A rádio pertence ao ex-deputado Abelardo Camarinha e ao radialista Wilson Mattos. ANtes da lacração enfrentou série de denúncias de abuso eleitoral em defesa de Camarinha e seus aliados, que nunca resultaram em medidas eficazes contra as transmissões.

O pedido de liberação foi apresentado pela 950 à Anatel nesta semana e mostra “surpresa” com o pedido do delegado. A informação está nas alegações finais da rádio no processo administrativo pela Anatel para julgar o caso.

Registrada como Rádio Clube de Vera Cruz, a emissora tem outorga e autorização federal para funcionar naquela cidade. Mas mantinha estúdio e transmissores em Marília.

A situação irregular se agravou com despejo da emissora de uma área rural onde mantinha a antena em Vera Cruz. A emissora teria i9nstalado os emissores em Marília, fora do seu domicílio legal.

As alegações finais indicam que desde agosto a emissora apresentou à Anatel um projeto técnico para a instalação da estrutura em Vera Cruz, cidade sede da rádio.

A 950 argumenta ainda que não é clandestina, por ter outorga de transmissão desde 1950, mas admite que atuava de forma irregular. “Estávamos sim irregulares, mas foram prestados os devidos esclarecimentos”, diz a emissora.