Marília

Relator vota contra Camarinha, mas TSE adia decisão sobre inelegibilidade

Relator vota contra Camarinha, mas TSE adia decisão sobre inelegibilidade Relator vota contra Camarinha, mas TSE adia decisão sobre inelegibilidade Relator vota contra Camarinha, mas TSE adia decisão sobre inelegibilidade Relator vota contra Camarinha, mas TSE adia decisão sobre inelegibilidade
Relator vota contra Camarinha, mas TSE adia decisão sobre inelegibilidade

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) adiou nesta quinta-feira o julgamento do recurso especial do ex-prefeito e ex-deputado estadual Abelardo Camarinha e impediu uma decisão sobre sua inelegibilidade. O recurso tenta reverter uma condenação por abuso do poder econômico na eleição de 2016. O adiamento da decisão foi provocada por um pedido de vistas do ministro Alexandre Moraes, que integra o TSE por indicação do STF (Supremo Tribunal Federal).

O julgamento foi suspenso depois de o relator do processo, o ministro Sérgio Banhos, apresentar voto contra o recurso e defender a declaração imediata de inelegibilidade. Camarinha é pré-candidato a prefeito pelo Podemos.

A acusação aponta abuso eleitoral por uso de veículos de comunicação na campanha. O recurso foi impetrado em nome de Camarinha, de seu filho, o ex-prefeito de Marília e atual deputado estadual Vinícius Camarinha e o dentista Élio Ajeka, candidato a vice-prefeito na chapa de Vinícius em 2016 e candidato a vereador neste ano. Acusa ainda dirigentes dos veículos acusados, como a CMN (Central Marília Notícias), rádios Jovem Pan FM e 950 AM e Canal 4 de Marília..

O relator Sérgio Banhos resumiu seu voto, que tem mais de 60 páginas. Afirmou que o Tribunal Regional Eleitoral apresentou de forma detalhada discursos de Camarinha com elogios a Vinícius e ataques a Daniel que foram divulgados em veículos de comunicação. Rejeitou preliminares técnicas. 

Afirmou que as informações indicam “amplo espaço nos referidos veículos por um lado para promver a família Camarinha e por outro atacar o concorrente, Daniel”. Ao final, votou pela rejeição do recurso.” Ao final da leitura, o ministro Alexandre Moraes pediu vistas ao processo, o que adiou a votação do relatório.

Os advogados Alexandre Jobim e Daniane Furtado, que representaram a família Camarinha, apontaram falta de provas do abuso e disseram ainda que os acusados de serem beneficiários no caso foram derrotados na eleição. Citou as votações de Daniel Alonso em 2012 e 2016 para dizer que é incabível dizer que o atual prefeito foi prejudicado pelo uso dos veículos de comunicação.

O advogado Hamilton Augusto, que falou em nome de Daniel Alonso, afirmou que as publicações envolvem inúmeras entrevistas e gravações e diz que o caso não trata do resultado de eleições e afirmou que se não houvesse o uso dos veículos as diferenças de votos seriam ainda maiores.

“Os recorrentes foram réus em 2012, foram réus em 2015, réus em 2016”, disse o advogado. Pediu que Camarinha e Vinícius sejam inscritos na relação de inelegíveis para evitar novas participações em eleições próximas.

O advogado Alysson Alex Souza e Silva falou em nome da coligação que denunciou o abuso eleitoral, acrescentou que a denúncia envolve diversos ataques, muitas publicações e gravações contra adversários da família Camarinha. “Gravíssimas as ofensas”, afirmou.

Entre os veículos denunciados estão o jornal Diário e as rádios Dirceu AM e Diário FM, lacrados em operação federal que acusa Camarinha e Vinícius de serem proprietários ocultos das empresas e lista série de crimes envolvidos na compra, posse e uso de laranjas no controle das empresas.