Marília

Represa Cascata tem seca histórica sem propostas oficiais de recuperação

Represa Cascata tem seca histórica sem propostas oficiais de recuperação

A represa Cascata, um dos cartões postais e símbolos da cidade, enfrenta uma seca histórica em Marília e o que já foi o maior manancial da zona leste vive esta ameaça sem programas oficiais de recuperação ou outras medidas de suporte.

Centro de um projeto de urbanização que pode criar um parque de alto potencial turístico, a represa enfrenta há anos crises repetidas que em 2014 já provocaram ações como bombeamento de água para reestabelecer o nível de água além de serviços de limpeza e retirada de terra, areia e material orgânico.

A crise deste ano é provocada por um longo período de estiagem a partir do inverno, acompanhado por picos de calor que aumentaram a evaporação de água. E por um silêncio oficial sobre as medidas de proteção, limpeza ou outras intervenções na área.

Durante a campanha eleitoral o prefeito Daniel Alonso gravou um vídeo ao lado da represa para falar da situação e prometer investimentos no parque com a liberação de R$ 1 milhão em recursos federais. Mas não apresentou medidas que possam ser adotadas na recuperação agora.

Daniel disse no vídeo que a captação de água na represa parou, mas não há comunicado oficial a respeito. O site do Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília) ainda apresenta a represa como uma fonte de abastecimento para a zona leste.

Movimentos ambientalistas destacam que existem projetos de formação de um parque, inclusive o oficial, com recuperação de mata em torno, controle de assoreamento, sujeira e até de contraprestação em sistemas de abastecimento.

Mas apontam falta de medidas de controle na urbanização do entorno, que consideram caso de descaso com áreas de preservação permanente. “Tem processos judiciais, investigações do Ministério Público Estadual, inclusive com multas milionárias, dê uma pesquisada, há isso muitos anos, desde 2014, acho, 2015, e nada muda”, diz o ambientalista Sérgio Urbaneja,

Para ele, falta atuação de área técnica que regulamente limites e contraprestações na ocupação de áreas do entorno por empreendimentos imobiliários.  “Os problemas ali vêm de décadas, é verdade, mas com o agravamento da situação e crise climática, vêm se acelerando muito rapidamente”, diz o ambientalista..