Marília

Saúde de Marília relata casos de raiva e investiga mortes em rebanho

Saúde de Marília relata casos de raiva e investiga mortes em rebanho

A Divisão de Zoonoses da Secretaria Municipal da Saúde de Marília divulgou nesta terça-feira um alerta para dois casos de raiva bovina confirmados recentemente em propriedades rurais localizadas ao longo da BR-153, junto à divisa com os municípios de Júlio Mesquita e Álvaro de Carvalho.

Existem ainda 14 casos de óbitos não investigados e registrados como suspeitos da doença.

Um comunicado oficial diz que a Saúde conseguiu 500 doses de vacina fornecida pela Delegacia Regional de Saúde e fez no último fim de semana a vacinação de cães e gatos nas propriedades rurais da região atingida e aguarda o fornecimento do imunoterápico para concluir a cobertura necessária.

Segundo a Saúde, o município executou campanhas de vacinação antirrábica por mais de 30 anos com indicação de redução drástica do número de casos de raiva urbana. “Mas a falta de fornecimento de vacinas pelo Ministério da Saúde a partir do ano de 2018 determinou a interrupção desse serviço.”

A raiva, uma vez instalada no sistema nervoso central, culmina com óbito do paciente em praticamente 100% dos casos e o único tratamento viável consiste no uso preventivo e oportuno de soros e vacinas.

O médico veterinário Lupércio Garrido destacou a importância de se manter imunizados os rebanhos em áreas onde se observa a ação de morcegos hematófagos, assim como os cães e gatos que, caso infectados, acabam representando grande risco de transmissão da doença ao ser humano.

“A raiva não tem cura, por isso é necessário investimento nas medidas preventivas disponíveis e na vigilância ambiental tanto em áreas urbanas como rurais”, salientou.

A vacinação de animais de produção é obrigação dos pecuaristas e produtores rurais, sob orientação e supervisão dos órgãos vinculados ao Ministério da Agricultura, principalmente em áreas onde se observa a espoliação dos rebanhos pelo morcego hematófago Desmodus rotundus.

Os técnicos da Vigilância Epidemiológica e Divisão de Zoonoses do município a vigilância sobre os possíveis contactantes, e a imunização de animais de companhia, respectivamente.

As variantes do vírus rábico que circulam hoje no Estado de São Paulo têm origem em morcegos, independentemente de serem vampiros ou não, e isso determina uma sintomatologia pouco clássica em cães e gatos, que geralmente mudam de comportamento, se tornam arredios, com dificuldades para deglutir e se locomover. Já os bovinos costumam apresentar salivação, dificuldades de locomoção e deglutição.