O secretário municipal de Saúde em Marilia, Cássio Luiz Pinto Júnior, revelou nesta manhã mais uma transferência de paciente por falta de leitos de UTI contra Covid na cidade.
É o quarto paciente de Marília a deixar a cidade e a segunda transferência para hospital em Tupã, que integra a diretoria regional da Saúde com sede em Marília. Ainda não há detalhes sobre o quadro do paciente e a transferência.
A informação foi revelada durante uma audiência na Câmara convocada a pedido do vereador Osvaldo Fefin Júnior (PLS) para discutir a escalada da epidemia, os gastos da saúde e lotação de hospitais.
O próprio Fefin abriu os questionamento pedindo detalhes sobre receitas e gastos e aplicação de valores apontados como sobras em contas já divulgadas pela prefeitura há alguns dias.
O secretário repetiu discurso de que os valores foram distorcidos por notícias falsas, disse que a cidade recebeu R$ 36 milhões para Covid, usou R$ 28 milhões e tem valores para gastos já projetados, como diárias de hospitais.
Cássio foi cobrado sobre falta de novos leitos de UTI e também repetiu manifestações oficiais já divulgadas: a abertura de leitos depende de pactuação com o SUS, estrutura física e formação de equipes, o estaria sendo o maior desafio por falta de profissionais treinados.
O vereador Eduardo Nascimento (PSDB), cobrou informações sobre casos de pacientes que saem de unidades de Saúde com sintomas e sem fazer os testes.
Segundo o secretário, a decisão é dos médicos a partir de avaliação que pode considerar até período de apresentação dos sintomas e os tipos de manifestação, para evitar falsos positivos ou falsos negativos.
Nascimento, que foi eleito pelo partido do governador João Doria e do prefeito Daniel Alonso, também aproveitou sua participação para criticar a solenidade d lançamento da vacinação para profissionais da Saúde, realizada ontem (19).
“Espetáculo ridículo pra não dizer outra coisa com a vinda desse governador, desse lixo, desse cara, todo mundo foi la bater palminha pra um imbecil desse. Dos recursos enviados para Marília só 800 mil do governo do Estado”, disse o vereador.
“Marília na fase vermelha, comerciantes desesperados, moradores apavorados e vem um vagabundo desse fazer firula. Aglomeraram dentro de uma unidade hospitalar, um péssimo exemplo dado à sociedade. A classe política precisa tomar vergonha na cara, o povo não aguenta mais”, completou.
Fefin também criticou a solenidade da vacinação e disse que “é repugnante” evento em meio à crise com autoridades “se estapeando para sair em foto”. Criticou ainda o fato de que a vacina chegou à noite e só foi aplicada após o almoço no dia seguinte para esperar o governador.
O vereador Luiz Eduardo Nardi (Podemos) disse que as dúvidas não envolvem o trabalho dos servidores, mas disse que falta compreensão sobre os motivos para que a epidemia tivesse atingido essa escalada.
“Gostaria que as explicações ficassem claras, como uma ata, para prestar contas e não simplesmente evitar dúvidas por notícias” e defendeu que os servidores da Saúde recebam benefícios a mais pela dedicação que mostram na epidemia.
Júnior Mores (PSDB), do bloco governista, também defendeu melhoria na comunicação com a população sobre o atendimento à epidemia.