A Corregedoria do Município de Marília aplicou pena de suspensão por 90 dias contra um servidor do Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília) acusado de usar energia e estrutura do departamento para mineração de criptomoedas.
A decisão acompanha parecer da comissão especial de investigação que cuidou do caso e orientou a suspensão em vez de demissão por proporcionalidade em relação a eventuais danos causados pela conduta.
“Resta evidenciado que o servidor acusado se utilizou de bens públicos (computador e rede de energia elétrica) em proveito próprio”, diz o parecer, mas o documento aponta ainda que o servidor não tem maus antecedentes funcionais.“Diversas testemunhas ouvidas no processo aduziram que o servidor acusado é um bom profissional.”
A defesa no processo administrativo tentou a desclassificação da acusação e material usado como prova, que teria sido obtido sem acompanhamento do trabalhador no local.
Mas a comissão não aceitou o argumento. “Há farta prova documental nos autos (fotos e gravações) que demonstram, incólume de dúvidas, que o servidor acusado utilizou computador e a energia elétrica da autarquia para desenvolver atividade estranha ao seu serviço (mineração de criptomoedas).”
O caso foi revelado em março de 2021 e teve grande repercussão na cidade e em sites especializados no mercado das criptomoedas.
A mineração é feita com acessos permanentes a operações na internet que recolhem frações das moedas e são mais eficazes quando há máquinas atuando em tempo integral, com alto consumo de energia.