Toffoli tira foro privilegiado de sete deputados Toffoli tira foro privilegiado de sete deputados Toffoli tira foro privilegiado de sete deputados Toffoli tira foro privilegiado de sete deputados
Toffoli tira foro privilegiado de sete deputados

O ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), já encaminhou para a justiça comum, de primeira instancia, processos contra pelo menos sete deputados federais que eram protegidos pelo foro privilegiado em função do cargo.

A decisão acompanha decisão do órgão que decidiu flexibilizar o foro especial. Na decisão, que corrige um das mais tradicionais privilégios criados pela Constituição de 88, o voto de Toffoli no caso poderia ter ampliado ainda mais a medida, mas ele foi vencido.

Advogado formado pela USP, ex-advogado geral da União e mariliense, Dias Toffoli é o nome mais conhecido em uma família que deu à cidade lideranças políticas e religiosas. Seus irmãos são personalidades reconhecidas em suas áreas. Padre Carlão, hoje pároco da Sagrada Família, José Luiz, ex-vereador e ex-dirigente do sindicato dos Bancários e Ticiano, ex-prefeito, fornaram figuras públicas antes de o irmão hoje mais conhecido ficar famoso.

Nas decisões contra os deputados, o ministro mandou para instâncias inferiores seis ações penais e um inquérito. Estão na lista dos acusados ‘comuns’ Alberto Fraga (DEM-DF); Roberto Góes (PDT-AP); Marcos José Reategui (PSD-AP); José Cícero Soares de Almeida (PHS-AL); Helder Salomão (PT-ES); Hidekazu Tayakama (PSC-PR); e Wladimir Costa (SD-PA).

Os casos envolvem acusações como posse ou porte ilegal de arma, aumento de despesas em ano eleitoral,  corrupção passiva e lavagem de dinheiro, desviar ou aplicar indevidamente rendas ou verbas públicas, concessões ilegais de serviços, nomeações fraudulentas e tráfico de influência.

Famoso por decisões e debates considerados polêmicos e impopulares, Toffoli não ganhou com as medidas a mesma atenção de redes sociais na cidade, onde é comum ver ataques e até ameaças ao ministro.

Os ataques ao mariliense ilustre acompanham sua identificação com o ex-presidente Lula e o PT, ainda que todos os 11 ministros tenham sido nomeados pelo mesmo modelo de indicação política.

Recentemente, mensagens chegaram a organizar um ato para atirar ovos no ministro durante uma visita a Marília, uma ideia que felizmente não deu certo mas que também não levou nenhum dos defensores para entregar os ovos economizados ou horário de trabalho voluntário a uma entidade.

Mas ainda que se reconheçam abusos nas críticas, é fato também que a esquerda em nível geral, incluindo em Marília, não mostra preocupação em fazer análises equilibradas sobre ministros que votam contra o ex-presidente ou lideranças ligadas a Lula.

Apesar dos repetidos ataques, Toffoli mantém além dos familiares círculos de amizades em diferentes níveis, que vão da advocacia e justiça a chácaras e projetos comunitários. O ministro também já fez citações elogiosas a Marília em diferentes manifestações públicas pelo país.

Toffoli, como todo o STF e seus ministros, merece e deve ter fiscalização, acompanhamento e críticas, que podem chegar a medidas institucionais previstas em lei, mas que nunca justificam ataques pessoais e ameaças que de resto não são feitas com a mesma vontade contra políticos locais – aqueles que o crítico encontra nas ruas ou defende nas campanhas – e ainda mais ao judiciário de forma geral, o que envolve juízes da cidade, o TJ e outras instâncias.