
A vereadora Sílvia Daniela D’Avila Alves, a Professora Daniela, disse em pronunciamento na manhã desta segunda-feira que considera ser vítima na repercussão da denúncia de carteirada durante fiscalização de trÂnsito em que seu carro foi apreendido e que espera o arquivamento da denúncia com pedido de cassação mandato, que deve ser votada nesta segunda-feira.
Daniela disse que a apreensão de seu veículo poderia ter sido evitada com apreensão do documento. Afirmou que laudos de uma empresa e do Detran indicam que os pneus estavam regulares. Descartou a ideia de renunciar ao cargo.
O pronunciamento foi feito poucas horas antes de uma sessão ordinária que inclui pedido de cassação da vereadora. Daniela D’Avila disse que “vivemos infelizmente dias muito difíceis em que as coisas ruins se aceleram demais” e que por “resguardo em não transformar” o caso em questão política aguardou para sua manifestação.
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Daniela foi o centro de um rumoroso caso de carteirada que provocou o afastamento do sargento Alan Fabrício Teixeira do policiamento de trânsito da cidade depois de apreender o carro da parlamentar na madrugada do dia 16. O carro era dirigido pela filha da vereadora e foi abordado em uma bliitz. Tinha licenciamento vencido. O policial também considerou os pneus fora de condições de tráfego.
A vereadora intercedeu na madrugada em uma ligação para a comandante do 9º Batalhão, ao qual o sargento está vinculado, a tenente coronel Márcia Cristina Cristal Gomes. A oficial disse ao policial pelo telefone que caso a apreensão fosse consumada ele seria afastado. O carro já estava no guincho.
Afirmou que “em respeito às pessoas” se manifesta e que o caso foi além de discussão política e virou uma questão partidária e eleitoral. “Obtive o contato da comandante Cristal quando dei as boas vindas a ela, que faz pouco que está sob comando”.
A vereadora nega que tenha pedido qualquer punição ou pressão ao sargento e diz que seu telefone tratou de questões legais e para pedir informações sobre a possibilidade que o policial fizesse a apreensão do documento e não do veículo. Afirma ainda que ligou “como mãe” e não como palamentar. “Que mãe não ligaria por um filho?”.
APURAÇÃO
O caso já provocou pelo menos quatro medidas de apuração oficial: a denúncia para cassação na Câmara, um inquérito aberto pelo COmando da Polícia em Bauru, uma representação à Corregedoria da PM em São Paulo e uma denúncia contra a oficial junto ao Tribunal de Justiça Militar, também em São Paulo.
Cristal entrou em licença de 15 dias a partir do dia 23. Na sexta-feira surgiram informações de que ela teria sido transferida para Araçatuba, o que foi negado pela polícia. Uma longa de lista de transferências divulgada pela PM no sábado não inclui o nome da oficial.