
A vereadora Sílvia Daniela D’Avila Alves, a Professora Daniela, e sua filha, Júlia, prestaram depoimento na manhã desta quarta-feira no inquérito que investiga procedimento na apreensão de um veículo da parlamentar em caso que ficou conhecido como carteirada na cidade.
O depoimento foi feito na sede do 9º Batalhão de Polícia Militar do interior, em Marília. Daniela não conversou com jornalistas. A defesa da vereadora explicou que o inquérito é sigiloso e ela não pode revelar nenhuma informação.
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A investigação apura no âmbito da Polícia Militar as condutas do sargento Alan Fabrício Ferreira e da tenente-coronel Márcia Cristina Cristal a partir da fiscalização que provocou a apreensão.
Há pelo menos mais dois procedimentos em tramitação na PM com denúncias protocoladas pelo advogado Marcos Rogério Manteiga, de São Paulo, que representa o sargento. As duas com acusação de abuso de autoridade contra a tenente-coronel.
O sargento foi afastado do policiamento de trânsito. A oficial entrou em licença por 15 dias. A vereadora responde a um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar.
Ela nega que tenha pedido qualquer punição e diz que telefonou como mãe, para interceder em favor da filha e argumentar que a legislação permitiria apenas a apreensão do documento, não do veículo. Diz ainda ter laudos de que os pneus estavam regulares.
O CASO
A filha da vereadora dirigia o carro da família, um Fusion ano 2009, quando foi abordada na rua Carlos Botelho, no bairro Maria Izabel, por volta de 0h50 do dia 16 de agosto, um domingo.
Estava com o licenciamento vencido e o sargento apontou irregularidades nos pneus para apreender o carro. Conversou com o marido da vereador, Marco Antonio Alves, que foi ao local, e por telefone com a parlamentar.
A vereadora ligou então para a coronel Cristal, comandante do Batalhão, que telefonou ao sargento. A conversa, que foi gravada e teve áudio vazado, mostra ameaça de afastamento em caso de apreensão e frases como “o que você tá achando que é?”.