
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) anunciou que vai apresentar um relatório paralelo ao de Renan Calheiros (MDB-AL) na CPI da Covid. O texto foi protocolado nesta sexta-feira (15) e propõe o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e outras 17 pessoas.
O número de indiciados no texto do senador é menos da metade da quantia sugerida por Calheiros, que deve pedir o indiciamento de pelo menos 50 pessoas em seu parecer . Nomes como o de Bolsonaro , seus três filhos, Marcelo Queiroga, Wagner Rosário e Onyx Lorenzoni e Ricardo Barros (PP-PR) devem aparecer no documento.
Em seu relatório, Vieira resumiu a estratégia do governo em sete pontos: minimização da gravidade da pandemia; criação de uma falsa dicotomia entre saúde e economia; ações deliberadas para descredibilizar governadores, prefeitos e instituições; disseminação de notícias falsas; comportamento inadequado de líderes públicos; promoção deliberada de medicamentos sem eficácia comprovada; e descaso com os povos indígenas.

Trecho do relatório paralelo apresentado pelo senador Alessandro Vieira
O documento sugere o indiciamento de Bolsonaro por sete crimes: crime de responsabilidade, epidemia, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime e crime contra a humanidade.
O senador também pediu novas investigações sobre o caso da vacina indiana Covaxin , para esclarecer se o presidente prevaricou na compra dos imunizantes.
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De acordo com ele, os eventuais indiciados “exerceram função tangencial” na má gerência da pandemia no país.
“A chave para a distinção está no poder de decisão e no alcance da atuação de cada figura. Assim, por exemplo, parlamentares, médicos e empresários que se prestaram a desinformar reiteradamente a população, em uma mistura enojante de ignorância e bajulação, merecem o desprezo eterno dos brasileiros, mas não serão apontados como personagens centrais neste documento, o que não afasta as apurações em andamento no STF e na CPMI das Fake News”, explicou Vieira.
Confira a lista de indiciados no relatório paralelo:
– Presidente Jair Bolsonaro; – Ministro da Defesa, Walter Braga Netto; – Ministro da Economia, Paulo Guedes; – Líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR); – Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida; – Ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello; – Ex-secretário Executivo do Ministério da Saúde Antônio Élcio Franco Filho; – Ex-coordenador do Centro de Coordenação de Operações Heitor Freire de Abreu; – Secretária de Gestão, do Trabalho e de Educação na Saúde, Mayra Correia Pinheiro; – Secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva; – Ex-ministro da Cidadania Onyx Lorenzoni; – Ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo; – Ex-secretário Especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten; – Representantes da Prevent Senior, Pedro Batista e Fernando Parillo; – Virologista Paolo Zanotto; – Coordenador da pesquisa Androcov, Flávio Cadegiani; – Deputado federal Osmar Terra (MDB-RS).
*Em atualização