
Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito de São Paulo , é alvo de uma investigação da Polícia Civil por suspeita de participar de um esquema de lavagem de dinheiro desviado da Prefeitura nos dois últimos anos em que foi vereador. Depósitos feitos nas contas bancárias da empresa de Nunes, da esposa e dos filhos dele estão sendo apurados, após alerta de órgãos de controle. Além dos depósitos, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que emite alertas para transação em espécie em valores elevados para prevenir lavagem de dinheiro, identificou movimentações financeiras suspeitas de entidades que gerenciavam creches de São Paulo e eram comandadas por Nunes. Uma parte dos recursos da Prefeitura enviados para essas entidades passou por contas de empresas que, para a polícia são de fachada, e depois foi parar nas contas dos gestores. A Polícia Civil avalia dois depósitos em dinheiro, no total de R$ 150 mil, feitos na conta bancária de uma dedetizadora registrada no nome do prefeito e de seus familiares. Ricardo Nunes afirmou em nota ao jornal O Estado de São Paulo que “não há depósitos sem origem” na conta de sua empresa. Apesar disso, ele não informou quem fez os pagamentos que levaram o Coaf a emitir o alerta.
O inquérito teve início em dezembro de 2020 e segue em segredo de justiça. A apuração dos fatos é uma nova frente de investigação contra Ricardo Nunes, que já foi alvo de um processo na Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo por suspeitas com a “Máfia das Creches” – na qual não foram encontrados indícios contra ele. Nunes comanda a Prefeitura de São Paulo desde o início do mês, quando o prefeito Bruno Covas (PSDB) se afastou para se tratar de um câncer. Ele assumiu o cargo em definitivo na semana passada, após a morte de Covas. Antes de ser eleito vice, em 2018, Nunes foi vereador por dois mandatos, de 2012 e 2020. – Texto em atualização. – Com informações do jornal O Estado de São Paulo.