A adolescente M.K.S.G., 16, apontada como suspeita na morte da mãe e irmã encontradas enterradas no quintal de sua casa em Pompéia, indicou à polícia o local exato onde estava o corpo de Karoline, 9 anos.
O crime, que chocou a região, caminha para a produção de relatório sobre as provas já coletadas para decretar a prisão de F.B.A., 36, suspeito de cometer o crime com a adolescente, sua enteada.
A adolescente foi apreendida e nos depoimentos da terça-feira ajudou a esclarecer o crime com detalhes como a localização do corpo.
Policia acompanha escavação para localizar corpos em Pompéia – Foto: João Trentini/Divulgação
“Teve um momento, logo após ser apreendida, que revelou aos policiais, que estavam com dificuldade de encontrar o corpo da criança, que ele estaria perto de uma árvore e de uma piscina de plástico, onde realmente estava”, disse o delegado Claudio Anunciato Filho, que comanda a investigação.
Cristiane Arena, 34 anos, e Karoline, 9, eram consideradas desaparecidas. Os corpos foram encontrados na tarde da terça-feira no quintal da casa da família, no Distrito Industrial de Pompéia, cobertos por terra e contrapiso de concreto.
A adolescente nega participação no crime. Ela e o padrasto, também suspeito e que não foi encontrado, foram ouvidos há poucos dias quando o Conselho Tutelar da cidade apontou suspeita de cárcere privado da mãe e da criança.
Os dois disseram que a mulher fugiu com outro homem e levou a menina. Um depoimento prestado na casa, a poucos metros dos corpos.
“O primeiro papel da investigação, como não foi flagrante, é produzir as provas para pedir a prisão. Só depois da expedição do mandado de prisão e vamos prendê-lo”, disse ao Giro Marília o delegado seccional de Polícia, Wilson Frazão.
Máquina utilizada como apoio na busca pelos corpos: suspeito ficou na casa onde vítimas foram enterradas – Portal NC/Pompéia
Ele explica que o depoimento inicial do acusado documenta a situação de barbárie do crime e as novas descobertas reforçam as provas para o mandado. “Ele deu o depoimento a poucos metros dos corpos, dormia quase em cima do local da ocultação”, disse.
F.B.A. e Cristiane completariam cinco anos de casado no início de dezembro de 2020. A polícia acredita que nesta data a esposa e a enteada de 9 anos já estavam mortas e enterradas.
A apuração do crime aponta a existência de um relacionamento – abusivo pela idade da menina – entre o padrasto e a adolescente. A menina nega.
A polícia já descobriu também que Cristiane havia sido demitida de um emprego há alguns dias e recebeu valores de rescisão do contrato que eram movimentados pelo homem.