Ainda sem dados de fevereiro, as estatísticas do governo do Estado de São Paulo sobre caso de ofensas – calúnias, difamação e injúrias – e de ameaças contra mulheres no interior paulista explodiram em janeiro deste ano na comparação com dados do ano passado.
O aumento contraria estatísticas da capital e mostra que os casos de ofensas foram destaque, com mais de 53%. Os serviços de atendimento de todas as cidades do interior passou de 2.427 em janeiro de 2023 para 3.740.
São as situações em que as mulheres são expostas, com imagens, mensagens ou ataques públicos, em que mesmo sem a violência física elas são alvos de violência psicológica. Em muitos casos, os danos são mais difíceis de analisar.
Na mesma linha, cresceram também as situações de ameaça. Foram registradas em janeiro deste ano 5.929 casos. No mesmo período de 2023 eram 4.208. A alta beira os 40%.
A agressividade ‘caipira’ contra as mulheres não ficou só nas palavras. Os registros de lesões passaram de 2.416 no ano passado para 3.165 em janeiro deste ano.
Nos três casos, são situações de violência contra a mulher contabilizados apenas quando foram vinculados, no Boletim de Ocorrência, à violências doméstica.
Os dados estão em levantamento divulgado por força de lei, um conjunto de normas de programa de proteção à mulher que exige o levantamento das informações. Veja no final do texto a btabela completa.
Casos de feminicídio, que representam a situação mais grave na violência contra a mulher, não tiveram alta e nem queda significativa. Nada a comemorar e o alerta acaba.
São 15 neste a no, eram 16 no ano passado. Homicídios de mulheres não enquadrados como feminicídio foram oito em 2024 e nove no período anterior. Em nenhum dos casos há números aceitáveis. Qualquer morte é violência demais.
Estupros consumados também seguem linha semelhante: 180 em janeiro deste ano e 186 no ano passado. E estupro de vulneráveis relatados foram 495 em 2024 contra 496 do ano anterior.
A única queda significativa é de outras formas de crime contra dignidade sexual. Pularam de 120 para 67. Veja comparação geral no quadro abaixo, com dados que além do interior oferecem também os números da capital.