
“Muita Felicidade e a Vida inteira com Vc meu ANJO,, AMO VC,,,”. A frase é do psicólogo Fabrício Buim de Arena Belinato, 36 anos, acusado de matar a esposa, Cristiane Pedroso dos Santos Arena, 34, e a enteada, Karoline, 9, e foi divulgada em 2016 na comemoração de três meses do casamento.
Cristiane tinha então 31 anos. Karoline quatro e M.K.S.G., adolescente que virou figura central na tragédia, tinha 11 anos.
O psicólogo, que chegou a prestar serviços na rede municipal de ensino de Pompéia, ainda não é formalmente denunciado pelo crime. Está desaparecido e viveui com a enteada mais velha por até dois meses na casa, ao lado do local onde os corpos da mulher e de Karoline estavam enterradas. Disse à polícia que a mulher fugiu com um novo namorado.
A declaração acompanhava clima de um romance relâmpago que começou em setembro de 2015. Em outubro era um relacionamento sério, que virou noivado em novembro até o casamento, no dia 5 de dezembro daquele ano.
Fabrício e Cristiane trocavam mensagens de amor em redes sociais, uma união que era comemorada por amigos e familiares.
“Deus me deu uma missão…passar por obstáculos, viver humildemente, aprender a viver realmente. Como dizem, um pé na bunda vem forte leva a gente pra frente. Hoje agradeço Deus pelas conquistas e realizações materiais e espirituais. Tenho tudo o que um homem precisa… uma família linda que tende apenas a crescer e ar nos pulmões,,,obrigado Senhor. FELIZ NATAL A TODOS”, postou o psicólogo após o aniversário de um ano de casamento.
Em agosto daquele ano ele comemorou seu primeiro “dia dos Pais”. As meninas, frutos do primeiro relacionamento de Cristiane, encerrado com um divórcio, o tratavam mesmo como pai.
A mãe incentivava. Em 2018 disse em mensagem que Karoline mostrava “cada vez mais a cara do pai” em uma foto com Fabrício.
M.K., acusada de envolvimento no crime e envolvida na suspeita de um caso de abuso sexual que teria se transformado em relação amorosa com o padrasto, assumiu o sobrenome de Fabrício em duas formas: se identifica em redes sociais como M.M Arena ou M. Buim. Karoline também usava o sobrenome do padrasto.
O romance relâmpago provocou ainda uma crise de família. Uma carta assinada como Cris Arena mostra que a família condenava o relacionamento e a postura de Fabrício ser tratado como pai das meninas.
O texto mostra uma ruptura e diz aponta Fabrício como marido e pai que “Deus colocou na minha vida e das minhas filhas”. O Giro não conseguiu apurar a veracidade da publicação e em respeito à linha editorial não vai reproduzir a carta até confirmação.
Cristiane usou redes sociais de forma ativa até 2019. Em 2020 as mensagens passaram a rarear. Também havia poucas mensagens diretas de amor. Fabrício também fez postagens até o início de 2020. Já não havia também as declarações apaixonadas e as repetidas vezes em que chamou Cristiane de “meu anjo”.
As fotos da família estão em contas abertas e recebem enxurradas de comentários com ataquyes e ódio contra Fabrício e a adolescente envolvida no caso. Muitos falam em indícios do suposto relacionamento que os dois teriam e que poderia ser motivo dos crimes.
A polícia investiga a hipótese de que houve um caso de abuso sexual que se transformou no relacionamento com estupro de vulnerável em função da idade que ela teria.
O Conselho Tutelar da cidade investigava suspeita de que a mulher e filha viviam em situação de cárcere no final do ano passado. A polícia investiga movimentações na conta da mulher que teriam sido feitas por Fabrício após a informação de seu desaparecimento, relatado em novembro.
Cristiane foi encontrada morta, enterrada sob uma faixa de contrapiso de concreto na casa em que viviam. Karoline enterrada no quintal, em local indicado pela irmã aos policiais.