
A Justiça de Pompéia aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual e abriu uma ação penal contra o psicólogo FabrÃcio Buim Arena Belinato, 37, acusado de duplo feminicÃdio e ocultação de cadáver nas mortes de Cristiane Arena Pedroso do Santos, 34, e sua filha mais nova, Karoline, 9.
Ele também está acusado de corrupção de menor contra a adolescente M.K.S.G., filha mais velha de Cristiane, por corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la.
Especialistas consultados pelo Giro MarÃlia apontam que a pena pode chegar a 74 anos. M.K. já foi condenada a três anos de internação com acompanhamento psiquiátrico por envolvimento no caso. FabrÃcio confessou que mantinha uma relação amorosa com a enteada desde que ela tinha 15 anos.
Cristiane, FabrÃcio e a menina Karoline: crime cruel tem repercussão nacional
O caso tramita como processo de competência do Tribunal do Júri. Incluiu qualificadoras por feminicÃdio, por envolver uma menor de 14 anos, e também porque os crimes foram cometidos na presença da adolescente, filha da vÃtima.
FabrÃcio também é denunciado por mortes qualificadas por motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa das vÃtimas.
O despacho em que a Justiça aceita a denúncia foi expedido nesta quarta-feira, dia 7, e abre prazo para que FabrÃcio constitua advogado e apresente sua defesa e lista de testemunhas.
A relação de testemunhas da acusação já acompanha a denúncia. O caso tramita em sigilo de Justiça sem acesso a detalhes de nomes.
Veja os crimes denunciados pelo Ministério Público;
– Mortes
Duas vezes pelo artigo 121 – matar alguém, com agravadas por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa, que podem levar a pena a 30 anos.
Nos dois casos, os crimes são combinados com a acusação de FeminicÃdio com agravante por uma vÃtima ser menor de 18 anos e pelos crimes ocorrerem
– Ocultação de cadáver
Duas vezes pelo artigo 211 do Código Penal, ocultação de cadáver com pena de até três anos
– Corrupção de menor
Artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, com pena de
O CASO
FabrÃcio e Cristiane se conheceram em 2015. O romance relâmpago logo virou uma união e a mulher tinha duas filhas de outro relacionamento.
Nos primeiros anos eram comuns as mensagens de troca de carinho entre o casal. Essa divulgação diminuiu. Segundo a polÃcia, FabrÃcio disse que a partir dos 15 anos de M.K., a filha mais velha, passou a ter um relacionamento com a jovem.
Em dezembro de 2020 Cristiane foi morta. O laudo aponta que ela levou duas facadas. FabrÃcio confessou um golpe e disse que ocorreu em meio a uma discussão.
Aproximadamente 20 dias depois a filha mais nova foi morta. O laudo aponta traumatismo craniano, FabrÃcio confessou caso de asfixia.
As duas foram enterradas no quintal da casa em que a famÃlia vivia em Pompéia.
Amigos e familiares acusaram desaparecimento de Cristiane, o que provocou um inquérito. FabrÃcio e M.K. teriam dito que a mãe fugiu de casa com a filha menor.
Após a informação de que FabrÃcio promoveu obras na casa, a polÃcia investigou o local e encontrou o corpo de Cristiane em área ao lado da construção. Com a ajuda de M.K., localizou a corpo da menina Karoline enterrado no quintal.
M.K. foi apreendida e levada para a Fundação Casa em Araçatuba. O processo envolvendo menor correu de forma mais rápida e já tem decisão.
FabrÃcio fugiu. Foi preso dias depois trabalhando em uma construção em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Prestou dois depoimentos com confissões e foi transferido ao complexo penitenciário do Tremembé em prisão preventiva.