A enfermeira e professora mariliense Mariana Carolina Vastag Ribeiro de Oliveira, mestre em Ciências da Psiquiatria, vai coordenar uma pesquisa estadual para acompanhar o impacto da epidemia do coronavírus na saúde mental dos profissionais de enfermagem.
O estudo pode atingir pelo menos 500 mil trabalhadores da área, que envolve enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem. Será desenvolvido junto ao Coren (Conselho Regional de Enfermagem) de São Paulo.
Segundo o projeto, a exposição dos profissionais às condições excessivas de trabalho, contato direto com pacientes infectados, utilização de aparatos complexos de EPIs, a incerteza quanto o curso natural da doença e seu prognóstico expõe a categoria tanto a problemas físicos quanto de saúde mental.
“Situações como adoecimento da equipe, falta de profissionais qualificados, dimensionamento do pessoal de enfermagem (quantidade insuficiente de profissionais para atender a demanda), como consequência, provocam sobrecarga dos profissionais de saúde vulnerabilizando-os a ficarem adoecidos”, diz a pesquisadora no projeto.
Além de Mariana Vastag, professora e pesquisadora na Unoeste, o estudo é desenvolvida pelas pesquisadoras Eduarda Vargas e Érica Chagas, também professoras, integrantes do Coren. A pesquisa pode ser acessada na página especial do estudo no site do Conselho.
A pesquisa já recebeu um parecer de aprovação do Conep (Conselho Nacional de Ética na Pesquisa), órgão do Ministério da Saúde, e vai envolver milhares de entrevistas com diferentes informações a serem abordadas.
“O esgotamento profissional ocasiona consequências quanto a saúde mental destaca-se a ansiedade generalizada e a Síndrome de Burnout”, explica.
O estudo cita definição de ansiedade como sentimento desagradável de medo, apreensão, tensão ou desconforto derivado de antecipação do perigo, de algo desconhecido ou estranho.
“Caso a ansiedade tenha a sua manifestação de forma crescente, pesquisas apontam quanto ao prejuízo no pensamento, memória, percepção de si mesmo e do ambiente e alterações sociais, com comprometimento das relações e de desempenho”, aponta o projeto.
Serão convidados todos os profissionais de Enfermagem (Auxiliar de Enfermagem, Técnico de Enfermagem ou Enfermeiro), de ambos os sexos e acima de 18 anos de idade, vinculados ao Conselho Regional.