São Paulo - O Ministério Público em São Paulo denunciou 12 pessoas por associação e apoio ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em lista que inclui três advogados e ex-dirigentes de uma ONG. A atuação atinge casos em cidades do Oeste Paulista.
São nomes com ligações na a organização Pacto Social & Carcerário e alvos de apuração e mandados de prisão durante a Operação Scream Fake.
A operação Scream Fake (falso grito, em português) cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão na capital paulista e Garulhos, na grande São Paulo.
No Oeste Paulista atingiu Presidente Prudente, Flórida Paulista e Presidente Venceslau. Teve buscas ainda em Ribeirão Preto e Irapuru, no estado de São Paulo, e em Londrina (PR).
Para os investigadores, a ONG que atuava junto a presos e pessoas egressas do sistema prisional funcionava como uma entidade de fachada, dando suporte aos integrantes da facção criminosa.
A investigação teve início há três anos, após um visitante ter tentado entrar na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau com cartões de memória escondidos nas roupas.
A análise dos itens, além de manuscritos de detentos, apontaram para a prática criminosa de setores do PCC em três grupos. A organização batizou como “gravatas” (advogados), “saúde” e “financeiro”.
Apoio ao PCC no Estado
Havia também o setor chamado de “reivindicações” que, segundo as investigações, era responsável por promover manifestações populares. Era nesse setor que atuava a ONG, convocando manifestações e protocolando ações judiciais, informou a polícia.
O setor de “gravatas” era liderado por advogados, que forneciam assistência jurídica e gerenciavam outras áreas do PCC.
O setor “saúde”, por sua vez, recrutava médicos e dentistas para prestar atendimento dentro das penitenciárias aos líderes da organização criminosa. Recebiam com recursos provenientes de práticas criminosas gerenciadas pelo ramo “financeiro”.
Durante a operação policial, a Justiça determinou ainda a suspensão das atividades da ONG e a retirada de seus conteúdos das redes sociais.
Em nota oficial a direção da ONG apontou ‘surpresa’ com a medida. “É importante esclarecer que a nossa ONG atua de forma transparente e legal. Sempre pautada pelo respeito aos direitos humanos e pela busca de soluções para os problemas enfrentados por detentos e suas famílias”, escreveu.