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Padres da Diocese de Assis são demitidos por denúncias de caso em 2002

Padres da Diocese de Assis são demitidos por denúncias de caso em 2002

Mais de 20 anos depois, um caso que une abuso sexual e de poder na Igreja Católica de Assis terminou com dois párocos demitidos e condenados pelo direito canônico, que rege as atividades da Igreja.

 A prescrição pela passagem do tempo evitou condenação pela Justiça comum em caso que só foi denunciado em 2021 e revelado em 2022. O início dos abusos já tinha 20 anos.

Um ano depois que a denúncia apareceu, protegida por depoimento, documentos e transcrições de mensagens, os dois padres foram afastados de suas funções, em maio de 2023.

No dia 18 deste mês. O vigário judicial Carlos Roberto Santana da Silva, do Tribunal Interdiocesano de Botucatu, responsável pelo processo, assinou a carta para comunicar à vítima a decisão e a pena.

Os afastados são Oldeir José Galdino e Maurílio Alves Rodrigues. O caso tem confissão e tentativa de comprar o silencia da vítima. É um ex-seminarista, hoje casado, que disse ter enfrentado terapias, tratamentos psiquiátricos até superar os dois casos. Tem 38 anos.

Os casos teriam acontecido entre 2002 e 2003. Em maio de 2022, quando a denúncia tornou-se pública, ainda tinha receio das reações. Os padres seguiam em atividade em cidades vinculadas à Diocese de Assis.

A denúncia circulou em Marília, primeiro no Blog do Rodrigo e também no Giro Marília – aqui -. E tudo começou com uma situação de violência sexual em uma casa paroquial de Iepê.

“Ele foi até o quarto de visitas e deitou ao meu lado…convidou para dormir no seu quarto..a justificativa era que havia ar condicionado…acordei com o padre ofegante forçando seu corpo sobre o meu…como se ali não tivesse um ser humano.”

Disse ainda que tentou questionar o religioso a respeito, mas o padre teria usado a hierarquia para calar o seminarista.

Meses depois procurou o outro acusado em busca de orientação. E sofreu uma situação de abuso de poder, controle e relação sexual.

“Ele passou a me convidar para fazer parte de sua vida, sair à noite, tomar café juntos.” Os convites teriam evoluído para um encontro consentido, E para relacionamento em que o ex-seminarista disse ter sido transformado em “brinquedo sexual”. Em 2003 abandonou o projeto de tornar-se padre. Virou educador