São Paulo - Estudo para nova terapia contra linfoma óculo-cerebral une pesquisa da França e da Faculdade de Medicina da USP no interior paulista.
A estratégia propõe forma de imunoterapia com base na modificação genética de linfócitos T extraídos dos próprios pacientes para identificar e eliminar células tumorais.
Projetos com apoio pela Fapesp (13/08135-2 e 14/50947-7) ajudou pesquisadores brasileiros a iniciar a terapia com o Instituto Butantan em 2019
A base do projeto foi destaque na Fapesp Week França, que aconteceu entre os dias 10 e 12 de junho em Tolouse, sul da França.
“A ideia é que os pesquisadores tragam para o Brasil essas versões de célulase que nós possamos ajudá-los nas fases finais e no estudo clínico”, disse Diego Clé, da USP. Ele é o coordenador do projeto no lado brasileiro da parceria.
A intenção, aliás, é estabelecer um acordo que permita a transferência de tecnologia para podermos licenciá-la para o SUS (Sistema Único de Saúde).
A partir da pesquisa nacional, a USO em Ribeirão Preto instalou em 2022 o Nutera – a primeira fábrica de produtos celulares da América Latina.
A produção nacional, aliás, tem custo equivalente a um terço dos produtos comerciais disponíveis no Brasil hoje – variam de R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões -. “E uma das vantagens de fazer um produto nacional é a possibilidade de incorporá-lo ao SUS”, sublinhou.
Inicialmente, as células CAR-T no Nutera atendem tratamento de leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B. Em comum, as células desses dois tipos de cânceres possuem uma proteína-alvo, chamada CD19.
A plataforma tecnológica e a estrutura do Nutera, contudo, permitem o desenvolvimento de células CAR-T voltadas a combater outros tipos de cânceres.