
Informações públicas obtidas em um levantamento inédito sobre a obesidade no Brasil foram divulgadas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em 7 de março deste ano.
No documento, números apontaram que a obesidade já está presente na vida de 6,7 milhões de brasileiros.
Em 2022, 863.086 pessoas foram diagnosticadas com obesidade mórbida ou índice de massa corporal (IMC) grau III, acima de 40 kg/m². O número corresponde a mais do que o dobro dos diagnósticos de 2019.
Falando em percentuais, já pode-se dizer que 4,07% da população do Brasil está dentro do grupo III da obesidade – o mais grave de todos.
A obesidade grau II é parte da vida de 7,7% da população e a grau I, 20%.
No total geral, os dados apontam que 31% dos brasileiros estão obesos, em algum grau. A informação provém do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), que conta com os dados de 21,2 milhões de brasileiros.
Luta Contra a Balança
É razoável afirmar que ninguém dorme magro e acorda gordo.
A obesidade chega aos poucos na vida de quase todos os que convivem com o sobrepeso e, embora a prevenção seja a melhor indicação, a melhor fase para “resolver” a situação é logo quando ela se apresenta.
É difícil acreditar que alguém esteja aumentando seu peso consideravelmente sem perceber e, nesses casos, é importante verificar o que pode estar causando esse efeito no corpo.
Na grande maioria dos casos, é algo que pode ser resolvido.
Procurar um clínico geral é, certamente, a primeira medida a ser tomada… exames clínicos podem diagnosticar uma série de doenças que podem contribuir para o aumento do peso, a perda de massa magra e até o cansaço excessivo, que pode estar impedindo ou dificultando que atividades físicas sejam realizadas.
Em casos em que os exames clínicos não diagnosticam nenhuma doença ou problema que possa se relacionar com o sobrepeso, ainda há outros tipos de análises que podem e devem ser realizadas.
9,3% da população brasileira sofre com transtorno de ansiedade patológico e 11,3% dos brasileiros já foram diagnosticados com depressão.
Ambas doenças têm, entre seus sintomas, a possibilidade de uso da comida como alívio de crises e sintomas, e não são só elas. Há diversos outros distúrbios que podem se tornar vilões para a manutenção do peso ideal.
Nestes casos, o diagnóstico e tratamento correto ajudam muito na perda do peso excedente.
Em casos de suspeitas de que possa existir alguma dessas doenças, é altamente recomendável que um psiquiatra seja consultado.
Descartando as questões de saúde física e mental, ainda há a possibilidade de que traumas, complexos e situações de perda, luto, separação, entre outras, façam com que o indivíduo “afogue as mágoas” na comida. Nesses casos, o acompanhamento psicológico também é capaz de auxiliar na perda de peso.
Descartados ou, no mínimo, considerados, todos esses fatores, é hora de compreender a necessidade da reeducação alimentar e a inserção, otimização e até aumento das atividades físicas.
O segredo é queimar mais calorias do que consumir.
Pode-se comer o que gosta, desde que exista queima calórica o bastante para que não se formem níveis exagerados de gordura no corpo.
Existem diversos tipos de dietas facilmente encontradas na internet. Isso sem falar em encapsulados, chás e outros produtos que podem ajudar a perder 5 kg em 3 dias, por exemplo.
Há diversos sites especializados em produtos de emagrecimento que fazem o envio das compras diretamente para a casa dos compradores. Basta escolher e comprar online, acompanhar a entrega pelo rastreamento Correios, esperar chegar e começar o uso – de preferência, com o aval de um médico.
Dependendo da disciplina de quem vai iniciar a dieta, é possível perder muito mais do que isso em um período curto, de forma saudável.
Nos casos de obesidade grau I e II, a reeducação alimentar e a inserção de exercícios físicos na rotina podem ser o bastante para conduzir o indivíduo ao peso ideal.
Em casos de obesidade grau III, é possível perder peso dessas formas, mas, muitas vezes, as pessoas recorrem à cirurgia bariátrica, por indicação médica ou motivos pessoais, como a melhora da qualidade de vida e da autoestima.
Nessas situações, é de suma importância buscar um profissional especializado, com boa reputação no mercado, que possua conhecimentos a respeito de tudo sobre gastroenterologia, tanto para realizar a cirurgia quanto para lidar com quaisquer complicações que possam vir a ocorrer, além de estar totalmente apto e seguro para auxiliar seu paciente durante o pós-operatório.
Os Riscos
Quando se fala em fazer bariátrica, não faltam alertas sobre os perigos. Maurício Carvalho, advogado especialista em ação contra seguradoras, revela que o número de pessoas que acionam seguros de vida por causa de problemas neste tipo de cirurgia, não é pequeno.
Os riscos, no entanto, estão muito atrelados ao pré-operatório mal feito ou não feito, à escolha de um profissional não especializado ou experiente o suficiente para a realização do procedimento, à falta de estrutura do ambiente hospitalar para solução de emergências, e a um pós operatório mal realizado.
Claro que há possíveis surpresas durante o procedimento. O momento da anestesia, por exemplo, é um dos que podem desencadear complicações severas, mas os percentuais são pequenos, em relação ao todo.
Levar os riscos a sério é muito importante na hora da tomada da decisão. O ideal é deixar a bariátrica como último recurso para o emagrecimento, salvo se for realizada por recomendação médica, por razões de saúde.
Quanto Custa?
Emagrecer pode não custar nada, ou custar muito. Cada caso é um caso.
Fazer caminhadas, pedaladas, corridas e outros exercícios ao ar livre ou em casa, e diminuir a ingestão de produtos processados e gordurosos, é o bastante para que muitas pessoas emagreçam.
Em outros casos, é preciso iniciar uma dieta mais elaborada, que pode custar um pouco mais do que a alimentação considerada “comum”. A adesão a uma academia esportiva também tem seus custos, mas nada disso se compara aos valores necessários para a realização da cirurgia bariátrica.
O preço médio do procedimento não mudou nos últimos 15 anos. Não é incorreto afirmar que se forem levadas em conta questões como inflação e a taxa real de juros, fazer uma cirurgia bariátrica foi até se tornando mais barato com o passar do tempo. A razão, talvez, seja a quantidade de médicos que se especializaram na prática. Quanto mais tempo de existência da técnica, mais especialistas se formam para executá-la.
Em números, é razoável dizer que a cirurgia pode custar de R$15.000 a R$40.000, dependendo da complexidade do caso do paciente, da região do País onde se encontra, da experiência e reputação do médico responsável e do hospital em que o procedimento será realizado.