Colunista | Fábio Gonçalves

Em março de 1968, o estudante secundarista Edson Luís foi morto pela PM do Rio de Janeiro durante uma manifestação no restaurante Calabouço. O fato em si, hoje, passaria desperecido, tamanha a violência que acontece na cidade chamada “maravilhosa”. Porém, na época, a morte dele proporcionou a passeata dos cem mil e dali para frente, o caldo entornou, a ditadura piorou e em dezembro do mesmo ano, o Costa e Silva baixaria o Ato Institucional nº5.

Na próxima semana, mais precisamente dia 24, o ex presidente Lula será julgado novamente pelo caso do tríplex no Guarujá. A esquerda hoje, sob a fala da Senadora Gleisi Hoffmann do PT disse que “para prender o Lula, vai ter que matar muita gente”. Outro Senador, o Lindbergh Farias que também é do Partido dos Trabalhadores vai na mesma linha e comentou: “não é hora de uma esquerda frouxa”.

O problema está justamente aí. Vejam bem, não estou chamando a esquerda brasileira de frouxa. Mas, a tão sonhada Revolução ou tomada do poder no Brasil após 1964 pela esquerda não ocorreu, porque o Partidão (PCdoB) não pegou em armas e muito menos conquistou as massas, principalmente, a classe operária. Quem pegou em armas, foram os estudantes e alguns quadros do Partido nos denominados grupos revolucionários.

Hoje, mais de 50 anos depois, a esquerda não se armará, assim como já não há mais o Partidão como antigamente e nem grupos revolucionários. E mais, o Lula não será preso no dia 24 e acredito que nem depois, já que as instancias no STF costumam demorar e em caso de uma eventual vitória sua nas eleições, ganhara a imunidade parlamentar.

Pois bem, a história costuma se repetir, mais na maioria dos casos, não como a gente gostaria.   


Giro Marília -Fábio Gonçalves
Fábio Gonçalves
Historiador e pedagogo formado pela Unesp, é professor em Marília

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